
O Ministério da Saúde anunciou que vai convocar médicos cubanos que participaram do programa Mais Médicos e foram demitidos logo no início do governo Bolsonaro, para atuarem no combate à epidemia de coronavírus. Segundo o secretário-executivo do ministério, João Gabbard, estudantes de medicina que estejam cursando a partir do sexto ano também serão convocados.
Os médicos cubanos que atuavam na atenção básica à saúde, principalmente nas regiões mais distantes e carentes do país, foram desligados pelo governo sob ataques, depreciados e chamados de espiões comunistas e perigosos. A maioria voltou para Cuba, mas uma parte deles permaneceu no Brasil, e são esses que serão convocados.
Com a saída dos profissionais cubanos, no início de 2019, cerca de 3.800 vagas ficaram em aberto para serem preenchidas por médicos brasileiros no programa Mais Médicos. Mas, após o preenchimento das vagas por profissionais brasileiros, 1.052 desses médicos abandonaram o trabalho ao longo do ano, deixando populações inteiras nas regiões mais inóspitas do país, como o semiárido nordestino e terras indígenas, sem atendimento.
Até o momento, já são mais de 230 casos de coronavírus confirmados no Brasil. “Por meio do programa Mais Médicos, de forma emergencial, os profissionais serão distribuídos em 1.864 municípios de todo o país, além de 19 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). Capitais e grandes centros urbanos voltam a fazer parte do programa, que vinha priorizando municípios mais carentes. A mudança ocorre porque grandes cidades, com maior concentração de pessoas, são locais mais propensos à circulação do coronavírus.”, informou o Ministério.