A ausência de orientações claras do Ministério da Saúde sobre o cronograma de entrega, estoque e reserva de doses de vacinas contra o coronavírus causou um completo descontrole nas cidades brasileiras. Levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) apontou que há hoje ao menos 1.426 cidades sem guardar vacinas para a segunda dose da imunização.
A ausência da reserva de vacinas para a segunda dose acontece num momento crítico com o risco de não haver tempo hábil para a reposição das doses e garantia da imunização daqueles que tomaram a primeira dose.
O levantamento mostra que praticamente todas as cidades teriam estrutura e condições para aumentar a vacinação, caso fosse possível.
A falta de reserva de doses acontece depois de uma orientação dada pelo Ministério da Saúde no mês de março, de que estados e municípios não deveriam fazer estoque para a segunda dose. Entretanto, diante do cenário de escassez de vacinas registrado em abril, o Ministério voltou atrás e orientou os prefeitos a garantirem reserva de vacinas para a segunda dose.
Sem esta garantia, corre-se o risco de perder a imunização da população que recebeu a primeira dose. Os outros 1.449 municípios que responderam à pesquisa disseram ter feito a reserva.
KIT INTUBAÇÃO
A pesquisa da CNM aponta que 975 municípios manifestaram o risco iminente de ficar sem medicamentos do chamado “kit intubação” para atendimento de pacientes em estado grave. E mostrou ainda a preocupação de 391 gestores com a possibilidade de faltar oxigênio. Na pesquisa anterior, esses números eram 1.207 e 589, respectivamente.
A pesquisa desta semana contou com a participação de quase 3 mil municípios e traz informações complementares, como o preenchimento da base de dados do Ministério da Saúde pelos gestores locais e a gestão para aplicação da segunda dose da vacina.
Veja a pesquisa na íntegra: https://www.cnm.org.br/cms/biblioteca/16042021_Pesquisa-Covid-19_Ed_04.pdf