A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, afirmou que Flávio Bolsonaro mentiu em publicações nas redes sociais atacando Lula e determinou que o conteúdo deve ser removido.
Desesperado porque seu pai está perdendo a corrida presidencial para Lula, o senador Flávio Bolsonaro usou o Twitter para mentir sobre o ex-presidente.
Flávio disse que Lula “recebeu R$ 300 milhões da Odebrecht” e é “apoiado pelo narcotráfico”.
Cármen Lúcia falou que a postagem é “mentirosa, ofensiva à honra e à imagem de Lula”.
“A alegação de que o ex-presidente teria recebido a quantia de R$ 300 milhões da empreiteira Odebrecht pode configurar imputação caluniosa, que visa macular a honra do candidato, pois não se demonstra haver decisão judicial reconhecendo a ocorrência deste fato”, disse a ministra na decisão judicial.
Ela também apontou que “não há qualquer dado” que sugira o apoio do narcotráfico a Lula. “Também inexiste confirmação da veracidade da afirmação específica: ‘financiou ditaduras na Venezuela e Cuba’”.
A postagem mentirosa de Flávio Bolsonaro deverá ser retirada do ar dentro de 24h e, caso seja feita novamente, o senador terá que pagar uma multa de até R$ 30 mil.
A campanha de Jair Bolsonaro tem utilizado canais de apoiadores, como Flávio Bolsonaro e Carla Zambelli, para divulgar fake news contra seu adversário, o ex-presidente Lula.
Uma outra publicação feita pelos dois bolsonaristas, que tenta associar Lula ao assassinato do ex-prefeito Celso Daniel, foi removida pelo TSE e Lula ganhou direito de resposta.
A resposta de Lula, em um vídeo de 30 segundos, terá que ficar no ar nas páginas de Flávio Bolsonaro e Carla Zambelli por dois dias.
Jair Bolsonaro, em propaganda oficial da campanha, falou que Lula quer mudar a legislação para facilitar casos de aborto, o que é mais uma mentira.
A ministra Cármen Lúcia proibiu a circulação da peça e apontou que “a afirmação não corresponde a dados verídicos nem comprovados, não havendo comprovação de que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva tenha declarado, prometido ou apresentado projeto de governo no sentido de promover a alteração da lei que cuida do tema do aborto”.
Lula ficou em primeiro lugar no primeiro turno, com mais de 6 milhões de votos a mais do que Jair Bolsonaro. O ex-presidente ainda recebeu o apoio de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT), que ficaram em terceiro e quarto lugar, cujos votos, juntos, somam cerca de 7,5 milhões.
As pesquisas eleitorais mostram que Lula continua na frente, com, pelo menos, seis pontos de vantagem. Lula tem 53% dos votos válidos, enquanto Bolsonaro tem 47%, segundo o Datafolha.