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O ministro Anderson Torres (Justiça) admitiu, em depoimento prestado ao corregedor-geral eleitoral, ministro Luis Felipe Salomão, que não existem quaisquer provas de fraudes nas eleições.
Torres e o coronel da reserva Eduardo Gomes, que também foi ouvido pelo corregedor, prestaram depoimento na quinta-feira (12) dentro do inquérito administrativo aberto no último dia 3, por decisão unânime dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para investigar Jair Bolsonaro por ataques ao sistema eleitoral.
Os dois participaram de uma transmissão ao vivo, dia 29 de julho, na qual o presidente fracassou na tentativa de apresentar qualquer prova de fraude nas eleições ou de risco de fraude na urna eletrônica.
Segundo o TSE, Bolsonaro pode ter cometido “possível conduta criminosa” na “live” realizada na última quinta-feira em que prometeu apresentar provas de fraudes nas eleições, mas não fez.
O inquérito administrativo foi aberto por sugestão de Luis Felipe Salomão. Ao propor a investigação, ele apontou que “a preservação do Estado democrático de direito e a realização de eleições transparentes justas e equânime demandam pronta apuração e reprimenda de fatos que possam caracterizar abuso de poder econômico, corrupção ou fraude, abuso do poder político, o uso indevido dos meios de comunicação social, uso da máquina administrativa e ainda propaganda antecipada”.
O ministro determinou ainda que será inserido no inquérito o pedido do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para apurar se a participação do ministro da Justiça na “live” do presidente pode ser enquadrada como propaganda eleitoral antecipada.
O TSE também recebeu um relatório da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) sobre possível uso da empresa pública para promoção de integrantes do governo federal. A TV pública exibiu ao vivo a transmissão de Bolsonaro, que durou duas horas.