A Caoa Chery descumpriu o acordo que havia feito com o Sindicato dos Metalúrgicos e São José dos Campos e decidiu demitir os 480 trabalhadores da fábrica em Jacareí (SP). A decisão foi comunicada à entidade sindical em reunião na última sexta-feira (13).
O Sindicato dos Metalúrgicos afirmou, em comunicado, que “a medida coloca em risco a credibilidade da empresa e leva os metalúrgicos a reiniciarem a mobilização contra as demissões”.
“É de extrema gravidade essa atitude da Caoa Chery. A empresa está quebrando um acordo já aprovado em assembleia. Os trabalhadores não aceitarão essa afronta. Vamos acionar todas as formas jurídicas e acirrar a luta contra o fechamento da fábrica e pela manutenção dos empregos”, afirma o presidente Weller Gonçalves.
Os trabalhadores realizaram uma assembleia, no sábado (14), que aprovou a retomada da luta em defesa dos empregos. Em seguida, os trabalhadores saíram em passeata pelas ruas do centro de São José dos Campos, onde fica a sede do sindicato, e partiram em direção a uma concessionária da Caoa Chery. Com cartazes, ocuparam a montadora e exigiram o cumprimento do layoff.
O sindicato afirma, ainda, que o acordo de layoff (suspensão dos contratos) foi oficializada em ata, em acordo com a montadora, após reunião de negociação ocorrida na terça-feira (10). O programa layoff teria a duração de cinco meses, a começar do dia 1º de junho, com a garantia de estabilidade por mais três meses. Durante o período, os trabalhadores receberiam seus salários integralmente, com parte da remuneração paga com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
O Sindicato afirma que, com base nos dados são do Instituto Latino-americano de Estudos Socioeconômicos (Ilaese), com o fechamento das atividades da empresa, o município de Jacareí perderá cerca de R$ 53 milhões em massa salarial circulando na cidade. No setor de autopeças, o impacto deve ser de R$ 37 milhões.