
Entre os visitantes estavam Valdemar Costa Neto, presidente do PL, de Jair Bolsonaro, e o ministro da Defesa, general Paulo Sergio Nogueira
O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), recebeu nesta quarta-feira (28) autoridades para visita à sala de contagem de votos do tribunal, a Seot (Seção de Totalização), na sede da Corte Eleitoral, em Brasília.
Durante toda a manhã, os visitantes tiveram acesso a informações e esclarecimentos sobre o funcionamento da sala. “É uma sala, como vocês podem ver, aberta, clara. Não é nem sala secreta e nem escura”, disse Moraes.
Foram recebidos, entre outros, o ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira; o presidente do Conselho Federal da OAB, Beto Simonetti; o presidente do PL (Partido Liberal), Valdemar Costa Neto; e representantes dos partidos União Brasil, e da coligação Brasil da Esperança. O convite para a visita também foi estendido a presidenciáveis, que não compareceram.
Bolsonaro, que questiona doentiamente a sala e as urnas, não deu as caras. Com certeza porque seus questionamentos não são sérios. São farsa para irrigar seu golpismo.
ACOMPANHAR A TOTALIZAÇÃO DOS RESULTADOS
O ministro destacou que a sala vai ser aberta a partir das 16h30, do próximo domingo (2), dia da votação do primeiro turno, para que todas as entidades fiscalizadoras, OAB, partidos políticos e Ministério Público possam acompanhar a totalização dos resultados eleitorais.
“Essa visitação mostra que o TSE é absolutamente aberto, transparente à todas as instituições fiscalizadoras”, enfatizou Moraes.
O ministro, no entanto, enfatizou ainda que a contagem de votos não é feita na sala. “É importante esclarecer que essa sala não conta votos. Não é contagem manual de votos. A partir do momento em que cada urna eletrônica é finalizada, já sai o BU (boletim de urna) com os votos [nessa registrados]. Isso entra no sistema, que faz a totalização a partir do programa que nós mesmos lacramos no dia 2 de setembro. Ou seja, não há participação humana nisso”, enfatizou Moraes.
De acordo com o ministro, na sala, a equipe do TSE faz somente o acompanhamento para evitar qualquer problema na rede ou sobrecarga.
DISSIPAR SUSPEITAS
A visita, promovida por Moraes, visa dissipar as suspeitas de que o TSE teria uma “sala secreta” (como mente Bolsonaro), onde seria feita a contagem de votos de maneira obscura, com intervenção humana.
Os ataques, recorrentes, são feitos por Jair Bolsonaro (PL), e os apoiadores dele, que acusam constantemente a Corte Eleitoral de realizar a contagem de votos dentro de suposta “sala secreta”.
O mais recente ataque foi feito na semana passada, durante entrevista ao apresentador Sikêra Junior, da TV A Crítica, de Manaus.
“Segundo informações que eu tenho aqui, as Forças Armadas pretendem colocar técnicos deles dentro da sala-cofre do TSE, uma sala aqui que ninguém sabe o que acontece lá dentro, assim como a Polícia Federal parece que vai fazer a mesma coisa e a Controladoria-Geral da União também deve fazer a mesma coisa. Entendo que a chance de desvio de corrupção diminui bastante. Não zera. Zeraria com o voto impresso”, disse levianamente Bolsonaro, na ocasião.
M. V.