O ex-presidente Lula, em ato em Juiz de Fora (MG), comprometeu-se em reajustar o salário mínimo acima da inflação, reajustar o valor das merendas escolares e investir em obras públicas para que sejam criados novos empregos.
“Faz quatro anos que nosso adversário não dá aumento real para o salário mínimo, prejudicando aposentados e pensionistas, prejudicando os trabalhadores que recebem salário mínimo”, denunciou Lula.
“Nós vamos aumentar o salário mínimo, ele será corrigido todo ano de acordo com o crescimento do PIB. Nós não temos o direito de fazer sofrer aqueles que já trabalharam 40 ou 50 anos, aquelas que ficaram viúvas e que recebem uma pensão. É preciso que a gente tenha respeito pelas pessoas que trabalham”, apontou.
O governo Bolsonaro, por outro lado, está estudando a possibilidade de desindexar o reajuste do salário mínimo da inflação. Isto é, Jair Bolsonaro quer deixar o salário mínimo desvalorizado frente à inflação.
Na sexta-feira (21), faltando nove dias para a realização do segundo turno, Lula mobilizou seus apoiadores e realizou grandes atos de campanha em Teófilo Otoni e Juiz de Fora, em Minas Gerais. Ele estava ladeado por Simone Tebet (MDB), Marina Silva (Rede) e outras lideranças. Em Juiz de Fora ele reuniu uma grande multidão apesar da chuva.
Em entrevista coletiva, ante do ato, Lula falou que Minas Gerais “é o Estado da Independência” e sua candidatura está reunindo diferentes lideranças políticas, como Simone Tebet (MDB), Marina Silva (Rede), o vice-governador do Estado, Paulo Brant (PSDB), entre outros, para defender a democracia contra os ataques de Jair Bolsonaro.
Lula apontou que Bolsonaro vai passar a propor, na última semana de campanha, “fazer tudo o que ele não fez” em quatro anos de governo para tentar enganar a população brasileira.
“A merenda escolar está há quatro anos sem reajuste e o governo federal paga somente R$ 0,36 para cada refeição. Seria importante que ele levasse a filha dele para comer uma refeição com o dinheiro da merenda que ele dá”, criticou.
Lula firmou um “compromisso de gerar emprego onde é possível imediatamente. Nós fizemos treze mil obras do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], mas tem mais treze que ainda estão por fazer”.
“Quando nós tomarmos posse, eu vou chamar todos os 27 governadores, independente do partido que ele pertença, e vou estabelecer uma prioridade que cada Estado vai ter três projetos de obras importantes”, explicou.
“Aqui em Minas Gerais, sei da importância de terminar a BR-040, que eu fiz até Goiânia e que está paralisada agora”, continuou.
Outra proposta da campanha de Lula é fazer com que quem ganha até R$ 5 mil de salário não pague mais o Imposto de Renda. “Vamos fazer uma reforma tributária para que os ricos paguem mais e os trabalhadores paguem menos, porque, do jeito que está hoje, o povo pobre paga mais do que o rico”.
O ex-presidente também defende uma “renegociação das dívidas que o povo tem. Vamos restabelecer o direito de vocês andarem de cabeça erguida sem a preocupação de estar devendo para ninguém”.
Em diálogo com a senadora Simone Tebet, que terminou em terceiro lugar a disputa presidencial, com 4,9 milhões de votos, Lula afirmou que vai regulamentar a igualdade salarial entre homens e mulheres.
“Na Constituição está garantido que mulher e homem devem receber salário igual se fizerem trabalho igual. Pois bem, nós vamos fazer a regulamentação, Simone”, disse. Essa foi uma das propostas apresentadas pela ex-candidata para que apoiasse Lula no segundo turno.
Lula ainda declarou que “não haverá privatização da Petrobrás, do Banco do Brasil, do Correio ou da Caixa Econômica Federal. Eles venderam a BR Distribuidora dizendo que a gasolina ia baixar… A gente não tem que dolarizar nossa gasolina, nossos trabalhadores ganham em real”.
No primeiro turno, Lula venceu a disputa no Estado de Minas Gerais. Ele recebeu 48,29% dos votos, enquanto Bolsonaro recebeu 43,6%. Simone Tebet e Ciro Gomes (PDT), que declararam apoio a Lula, tiveram, juntos, 6,75% dos votos do povo mineiro.
Ainda no ato em Juiz de Fora, Lula criticou a liberação de armas que tem sido realizada pelo governo Bolsonaro. Para ele, “armas não servem para nada a não ser para matar, e nós não queremos matança. Nós seremos um governo que vai pregar o amor, e não o ódio. Vai pregar o desenvolvimento, e não o atraso”.