Entidades representativas dos trabalhadores da Sabesp, entre outros sindicatos e associações, divulgaram uma nota em que repudiam a tentativa de autoridades e de partes envolvidas no desabamento ocorrido na obra do Metrô em São Paulo, no dia 1º de fevereiro, de responsabilizar a Sabesp pelo ocorrido.
Segundo as entidades, “a raiz da ocorrência não é o interceptor da Sabesp”, como tentam fazer parecer “representantes do estado e da Acciona (empresa espanhola responsável pela obra), mas sim a escavação do túnel da Linha 6 a pequena distância do interceptor em operação, agravada pela ausência de medidas preventivas para estabilização do solo no entorno, em absoluta divergência com as práticas adotadas há várias décadas em obras supervisionadas pelo Metrô-SP”.
A nota das entidades, repleta de considerações técnicas em que explicam os procedimentos adotados pelo Metrô-SP e a Sabesp em obras de tamanha envergadura desde a implantação do primeiro metrô na cidade, a há mais de 50 anos, considera que, neste caso, o ocorrido é tão somente de responsabilidade do consórcio multinacional Acciona, que não seguiu regras básicas de segurança na obra do Metrô.
“A exposição pública da SABESP como causadora do surgimento da cratera é absolutamente equivocada, é uma fake news que desconsidera a sua excelência amplamente reconhecida, nacional e internacionalmente. É uma tentativa de colar uma pecha negativa à imagem da SABESP que serve apenas à sustentação do discurso de desqualificação de uma empresa pública, para escamotear a deficiência de um empreendimento cujo maior objetivo é a geração de lucro”, denunciam as entidades.
As entidades reiteram a larga experiência da Sabesp na execução e operação de tubulações desse porte e afirmam que, ainda, “sofrendo as consequências dos danos causados por terceiros, está direcionando esforços para minimizar as consequências ambientais”.
“Não sabemos ainda se a ocorrência se deve à incompetência, à urgência, à ganância ou à omissão, ou à associação desses fatores”, diz a nota, afirmando, “sabemos sim que a SABESP, a população paulista e o Rio Tietê são vítimas de uma ação cuja origem é a obra executada pela PPP da Linha 6, capitaneada pela empresa Acciona”.
“Obviamente haverá investigação dessa ocorrência por especialistas de solo e de estruturas que avaliarão as suas causas de forma isenta e criteriosa. A engenharia nacional é bastante qualificada para tanto, desde que a isenção e a imparcialidade não sejam subjugadas aos interesses das partes envolvidas, tal como se deu nos crimes de Brumadinho e Mariana”, afirmam.
Assinam a nota a AAPS (Associação dos Aposentados e Pensionistas da Sabesp), a APU (Associação dos Profissionais Universitários da Sabesp), o SASP (Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo), o SINTAEMA (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo), e o SINTIUS URBANITÁRIOS (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas de Santos, Baixada Santista, Litoral Sul e Vale do Ribeira).
Veja a íntegra da nota: