Na manhã deste sábado (28), o ex-governador Ciro Gomes (PDT) e o economista Eduardo Moreira brindaram o país com um intenso debate sobre as saídas para a crise provocada pela pandemia do coronavírus e apresentaram propostas de política econômica que o governo deveria adotar para permitir o seu enfrentamento.
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Os dois debatedores condenaram a campanha do governo que, em desrespeito a todas as orientações das autoridades sanitárias, incita a população a abandonar o isolamento social e a se aglomerarem novamente nas ruas e nos meios de transporte.
Ciro afirmou que, no Ceará, quem fizer carreata da morte defendendo essas aglomerações nas ruas será preso. Ele defendeu que o país adote as melhores práticas assumidas pelos outros países, como a Alemanha e a China e rejeite as experiências que não deram certo.
O governador citou como exemplo de erros cometidos no enfrentamento ao coronavírus as experiências da Itália e Espanha. Ele acusou Bolsonaro de repetir no Brasil esses mesmos erros.
O ex-governador afirmou que as posições defendidas por Jair Bolsonaro contra a saúde da população, e que estão colocando em risco milhares de pessoas, devem ser consideradas como crimes contra a Humanidade e que Bolsonaro deverá, no momento certo, ser julgado por esses crimes pelo Tribunal de Haia.
Para Ciro e Eduardo, as medidas econômicas apresentadas inicialmente pelo governo foram alteradas pela oposição mas ainda são muito insuficientes para enfrentar a crise.
A autorização para a suspensão do contrato de trabalho por quatro meses sem garantia de salários e sem direitos foi, segundo Eduardo Moreira, uma das medidas mais desumanas que ele já viu.
A proposta inicial de R$ 200 reais para os autônomos e desempregados também foi duramente criticada. Segundo Ciro, o país tem que gastar imediatamente cerca de 400 a 500 bilhões de reais para garantir que a população possa cumprir a única estratégia séria de combate ao coronavírus que é o isolamento radical. A maioria desses recursos deve garantir a sobrevivência das pessoas e os investimentos em kits de diagnóstico e leitos de UTI.