Em entrevista ao Diário de Santa Maria, o general Mauro Sinott Lopes, Comandante da 3ª Divisão do Exército, diz que a tropa está a postos para ajudar o poder público a enfrentar a pandemia do novo coronavírus
O general Mauro Sinott Lopes, comandante da 3ª Divisão do Exército, resumiu com uma frase as orientações para a população durante a pandemia do novo coronavírus. “A melhor saída é não sair”, disse ele, em entrevista na terça-feira (24) ao Diário de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
Para o general, a primeira ação é “cumprir todas as orientações emanadas pelas autoridades do poder público”.
“Se eu fosse resumir todas as recomendações, diria o seguinte: ‘meu conselho é para as pessoas não circularem e evitarem aglomeração. Tem que ficar em casa’”. Na opinião do militar “as próximas semanas serão fundamentais para ganhar a guerra contra esse inimigo que é o coronavírus”.
“É preciso que evitemos deslocamentos. Sempre digo que tem que haver disciplina e responsabilidade coletiva”, afirmou o general, que informou que no Comando Militar do Sul há 22 mil novos soldados.
O general disse que o efetivo tem que internalizar as medidas de prevenção e, inclusive, levar para dentro de suas casas.
“Eu preciso que lavem as mãos a comando para aprender, e passem álcool. Para entrar no quartel, tem que passar na barraca, na entrada do regimento, responder um breve questionário para ver se a pessoa se enquadra em alguma atividade suspeita e, depois, colocar álcool nas mãos. No meu caso, tenho que exagerar no cumprimento dessas normas com o efetivo militar porque preciso deles com saúde em dia para auxiliar o poder público”, explicou o comandante.
O general disse que o Exército “pode ajudar em necessidades logísticas, de transporte, para garantia de abastecimento, como aconteceu durante a greve dos caminhoneiros”. “Daí é que vem a preocupação com a saúde do meu pessoal. muito antes de fecharem as boates e os locais públicos, o meu pessoal já estava proibido de frequentar esses lugares”, destacou o general Lopes. Ele explicou que, se houver necessidade, será construído um hospital de campanha para ajudar o poder público a enfrentar a situação.
O general Mauro Sinott disse que vem trocando informações com outras unidades sobre a situação da pandemia. “Vemos as curvas de infecção, o estado de saúde da nossa tropa e as ações que estamos apoiando”, observou.
“Temos um contato bem próximo com a prefeitura para ver as demandas do poder público. Nós podemos citar as lideranças comunitárias, que têm um papel importante nessa hora. Eles podem organizar comitês dentro das comunidades, em apoio às pessoas que não podem sair de casa. Isso é um nível de atenção pessoal que foge da capacidade do poder público, que acaba cuidando de um espectro mais amplo”, apontou o militar.
“O esforço tem que ser de todos para mitigar os impactos na coletividade”, completou o general.