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O novo diretor-geral da Polícia Federal, Márcio Nunes de Oliveira, indicado para o cargo no dia 25 de fevereiro, anunciou a troca da direção do órgão da PF que investiga Jair Bolsonaro e outros políticos que ainda estão nos cargos públicos.
Márcio Nunes de Oliveira decidiu transferir Luís Flávio Zampronha, que chefiava a Diretoria de Combate ao Crime Organizado e à Corrupção (Dicor) desde abril de 2021, para um cargo no Ministério da Justiça.
O nome para substituí-lo na Dicor ainda não foi anunciado. Também serão trocados os chefes das diretorias de Inteligência, Técnico-Científica e Gestão de Pessoal.
Faz parte da Dicor a equipe que trata de investigações sobre políticos que ainda estão em cargos públicos, como o presidente da República, a Coordenação de Inquéritos em Tribunais Superiores.
A Coordenação é que investiga Jair Bolsonaro por ter interferido na Polícia Federal, pressionando pela substituição do superintendente do Rio de Janeiro, para se proteger de inquéritos.
O caso foi denunciado pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, que provou que foi pressionado por Bolsonaro para substituir o chefe da PF no Rio de Janeiro por medo das investigações.
Em uma gravação feita durante uma reunião ministerial, Bolsonaro afirmou que “já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar foder minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar; se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira”.
Márcio Nunes de Oliveira é o quarto diretor-geral da Polícia Federal desde o começo do governo Bolsonaro. Antes deste cargo, ele era o número dois do Ministério da Justiça.
Marcio Nunes foi indicado semanas depois da PF ter produzido um relatório que afirma que Jair Bolsonaro cometeu crimes ao divulgar um inquérito sigiloso para atacar as urnas eletrônicas.
O relatório da PF aponta que Bolsonaro teve “atuação direta, voluntária e consciente” na ação criminosa em que revelou “conteúdo de inquérito policial que deveria permanecer em segredo até o fim das diligências”.
Bolsonaro divulgou em suas redes sociais um inquérito que investigava uma invasão hacker nos sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018. A PF concluiu que a invasão não prejudicou ou colocou em risco a lisura das eleições.
Jair Bolsonaro vazou os documentos para tentar induzir seus seguidores de que as eleições de 2018 foram fraudadas.
Segundo o TSE, sua ação criminosa facilitou a atuação de hackers por expor a arquitetura interna de segurança do Tribunal.