O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira (14), em entrevista coletiva, que a pauta ambiental do país não pode ser de “retrocesso em relação a todos os avanços que o Brasil vem fazendo” na área. “Eu venho alertando sobre este tema desde o ano passado, quando fiz algumas críticas e alertas, de que o tema do meio ambiente é muito importante para o futuro do nosso país”, disse o presidente.
A advertência de Maia vem no momento em que o governo exonera a coordenadora-geral de Observação da Terra, Lubia Vinhas, a especialista de Geoiformática e a pessoa mais importante do órgão, depois da divulgação dos dados que apontam para o aumento do desmatamento da Amazônia nos últimos seis meses.
Somente em junho, o sistema Deter, do Inpe, alertou para o desmatamento em 1.034,4 km². Em relação ao mesmo mês de 2019, o desmatamento cresceu 10,65% e foi o maior dos últimos cinco anos.
Para o deputado, o governo não pode abandonar os acordos que assinou no últimos anos sobre o meio ambiente. Segundo o presidente da Câmara, é preciso que não apenas os estrangeiros, mas que os próprios brasileiros cobrem do governo a retomada de agências de controle. “Somado à integração dos governadores que também precisam colaborar. É muito importante que essa fiscalização venha não só com palavras, mas com ações concretas”, disse.
“Diferentemente do que os investidores e muitos pensam, a regularização fundiária do jeito que nós colocamos, no nosso ponto de vista, ajuda muito na responsabilidade desses que, segundo nosso relatório, se for aprovado, terão”, defendeu o parlamentar, ao argumentar a favor do projeto em discussão no Congresso.
Maia minimizou a declaração do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a atuação do Exército na pandemia de Covid-19. No fim de semana, durante uma live, o ministro criticou a situação do Ministério da Saúde, que está sem ministro há mais de 50 dias, e disse que o Exército estava “se associando a um genocídio”, o que abriu uma crise política entre os militares e o Judiciário.
“Foram palavras duras, mas acho que o que ele quis dizer foi muito mais preocupação pela imagem que o Exército tem do que um ataque às Forças Armadas. O ministro Gilmar Mendes tem atuado de forma independente e com boas decisões nos últimos anos. Temos que respeitar”, afirmou Maia.