“O governo vai tomar um cacete”, afirmou o senador Major Olimpio (PSL-SP), nesta terça-feira (16), em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. A afirmação foi feita quando o senador comentou a decisão de Bolsonaro de manter o salário mínimo congelado – sem aumento real – nos próximos três anos. Para o senador, essas medidas “vão travar de vez a [reforma da] Previdência e o governo vai ter que pedir desculpas”.
O Major afirmou ainda que o governo só tem a seu favor o PSL, que ele classificou o partido como uma Geni, em referência à prostituta que protagoniza “Geni e o Zepelim”, de Chico Buarque. O senador referiu-se também ao DEM, que, segundo ele, “tem três ministérios e as presidências da Câmara e do Senado, e, na hora do pau, diz: ‘não sei se sou base ou oposição'”. “Difícil resolver uma pendenga destas” destacou.
O governo decidiu manter sem aumento real até 2021 o salário mínimo. Nesta segunda-feira, ao enviar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2020, o governo definiu um salário mínimo de R$ 1.040. O valor foi fechado tomando como base um reajuste pela inflação projetada, sem ganho real para os trabalhadores.
A opção foi estabelecer apenas a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) como parâmetro para a correção. O salário mínimo no Brasil é um dos menores do mundo, menor até mesmo do que o salário do pequenino Paraguai.
O senador paulista disse estar preocupado com a política salarial do governo Bolsonaro. Especialistas consideram que sem a expansão do mercado interno, através do aumento real do salário mínimo, o país não vai sair da grave crise econômica em que se encontra. A prévia do PIB (Produto Interno Bruto), feita pelo Banco Central (IBC-BR), apontou uma retração de – 0,73% em fevereiro em relação ao mês anterior.
O nível de desemprego, medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), subiu de 11,6% no trimestre terminado em novembro de 2018 para 12,4% no trimestre terminado em fevereiro de 2019. Com isso, o total de desempregados no Brasil atingiu a cifra de a 13,1 milhões de pessoas.
Os números representam a entrada de 892 mil pessoas na condição de desocupação. O senador está certo em se preocupar, com o arrocho do salário mínimo. O congelamento vai piorar ainda mais esta situação.
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