“Esse é o grave problema do Brasil. Muita gente trabalhando na informalidade e fazendo bico. Isso não é emprego. Quem está fazendo bico está ganhando aquém do que precisa ganhar”, afirmou o ex-presidente em Manaus (AM)
O ex-presidente Lula afirmou que “o povo está passando necessidades” no país com 33 milhões de pessoas famintas sob o governo de Jair Bolsonaro. Em 2020, eram 19 milhões de pessoas.
“Na maior cara de pau, [Bolsonaro] diz que não tem tanta gente passando fome. Não tem na casa dele, porque ele esconde até o cartão corporativo, decretando sigilo. O povo está passando necessidades”, disse Lula, nesta quarta-feira (31), em visita a Manaus (AM).
O ex-presidente criticou, ainda, a precarização dos postos de trabalho e o crescimento dos empregos informais. “Esse é o grave problema do Brasil. Muita gente trabalhando na informalidade e fazendo bico. Isso não é emprego. Quem está fazendo bico está ganhando aquém do que precisa ganhar”.
“As pessoas têm que ter registro em carteira, direito a férias, descanso semanal remunerado e um sistema de seguridade social. Gerar emprego vai ser uma tarefa prioritária nossa”, continuou.
Jair Bolsonaro pretendia substituir a carteira de trabalho pela “carteira verde e amarela”, com a qual os trabalhadores teriam ainda menos direitos.
Lula declarou ainda que o Estado deve “estimular o empresário a colocar dinheiro” e, assim, ser o indutor do desenvolvimento econômico brasileiro, que deve ter foco nas regiões menos industrializadas.
“Nós vamos retomar obras na construção civil, como o Minha Casa, Minha Vida, o Luz Para Todos e as obras do PAC. O Estado vai ter que ter competência para colocar dinheiro para estimular o empresário a colocar dinheiro”.
“Já fizemos isso uma vez, em 2003, e vamos fazer com mais rapidez agora porque a situação do povo está muito pior”, declarou o candidato à Presidência
Ainda na entrevista, Lula apontou que “é preciso sempre cuidar daquela [região] que mais necessita. Existem lugares que estão ‘mais prontos’ como o centro-sul brasileiro, que são regiões mais desenvolvidas, seja do ponto de vista do agronegócio, da pequena e média agricultura, da industrialização”.
“Temos outros Estados em que a União tem que ser indutora do desenvolvimento, como Amazonas, Acre, Pará, Rondônia e Roraima. Nós vamos colocar o Estado como indutor do desenvolvimento que queremos para essas regiões do país, para que se transformem em regiões desenvolvidas”, afirmou.
Ele disse que a Zona Franca de Manaus “é um patrimônio do desenvolvimento da região norte do país. Ela vai continuar gerando emprego, renda e oportunidade”.