O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, voltou a lamentar a péssima situação do enfrentamento da Covid-19 no Brasil, que está sofrendo com o aumento avassalador do número de novos casos e mortes pela doença.
“A situação atual precisa ser levada a sério”, destacou o dirigente na segunda-feira (22), quando o país chegou à marca de 295.425 óbitos pela doença.
Entre as preocupações da agência das Nações Unidas, está a falta de coordenação do governo Bolsonaro na condução de ações necessárias para diminuir a transmissão do vírus e para desafogar o sistema de saúde.
Além dos indicadores negativos sobre o avanço da pandemia, o Brasil foi destaque na reunião que trata da crise sanitária mundial por ter um Ministério da Saúde com dois ministros.
A situação inusitada causou perplexidade aos dirigentes da OMS que não sabem a quem se dirigir no Ministério: Eduardo Pazuello, que seguia no posto apesar de ter sido demitido há mais de uma semanas ou Marcelo Queiroga, que ainda não assumiu o cargo.
O país vive o pior momento da pandemia de Covid-19, com recordes sucessivos de mortes e contaminações. Atualmente, lidera o ranking de mortes diárias pela doença em todo o planeta, ao registrar 1/5 dos novos óbitos no mundo, mesmo somando apenas 2,7% da população global.
“A situação do Brasil é muito preocupante e nos assusta que o número de mortes no último mês dobrou”, salientou o diretor-geral da OMS.
Segundo Mariângela Simão, vice-diretora da agência e especialista em distribuição de medicamentos e vacinas do órgão, para lidar com o atual cenário o Brasil precisa ter um olhar voltado para a ciência e alinhado entre União, estados e municípios. “As políticas de saúde precisam ser baseadas em evidência científica, e que sejam alinhadas entre as três esferas de governo”, observou.