Jair Bolsonaro, candidato do PL à reeleição, ficou descontrolado mais uma vez ao ouvir o apelido “tchutchuca do Centrão”, que recebeu do youtuber Wilker Leão.
Na terça-feira (30), o candidato se irritou e abandonou uma coletiva de imprensa após um jornalista mencionar o apelido, quando estava sendo questionado sobre sua relação com o Centrão (grupo que abriga partidos vistos como fisiológicos).
Primeiro, ele criticou o comportamento do profissional; depois, quando viu que não ia conseguir defender o seu governo, resolveu ir embora.
Tudo começou quando Bolsonaro conversava com jornalistas, depois de participar de um evento com representantes do comércio e de serviços em Brasília.
Os repórteres o questionaram sobre a aliança do governo com deputados de siglas de centro. “Eu preciso aprovar projetos. Todos que estão na Câmara, os 513 deputados, foram votados. É ali que tenho que tirar 308 ou 257 em cada votação”, respondeu o presidente, admitindo a compra de votos no Congresso por seu governo.
Foi aí que um profissional, que não foi identificado no vídeo que tem circulado nas redes sociais, perguntou sobre o apelido.
“‘Tchutchuca do Centrão’? Você não tem classe para fazer uma pergunta? Por que ‘tchutchuca do Centrão’? Apontem ministérios que foram entregues para políticos”, irritou-se Bolsonaro.
Um jornalista, então, perguntou se o Ministério da Cidadania não teria sido entregue ao Centrão, com João Roma (ex-Republicanos, hoje no PL).
“João Roma? Tenente do Exército. Botei ele lá e fez um bom trabalho. Tem a Tereza Cristina”, prosseguiu Bolsonaro. O repórter insistiu na pergunta sobre a indicação do Republicanos para a Cidadania e ele, então, abandonou a entrevista: “Não dá para conversar com vocês”.
O apelido “tchutchuca do Centrão” se popularizou após o youtuber Wilker Leão utilizá-lo para se referir a Bolsonaro, dia 19 de agosto, no cercadinho do Palácio da Alvorada. Bolsonaro tentou tomar o celular da mão do youtuber na marra, violentamente.
Em 2018, o então candidato a presidente criticou os partidos de centro e avisou que não negociaria com as legendas tratadas como “fisiológicas”. No entanto, a atual base governista é formada por políticos do Centrão.