O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou, durante reunião da direção do partido, na quarta-feira (20), que não está satisfeito com a situação do país e nem com a conduta do partido. “O partido não tem um porta-voz. Precisa haver uma renovação”, disse. “Temos vários temas que precisam ser tratados, problemas sérios de saúde, de educação. Uma reforma da Previdência que atinge os mais pobres, pensando somente no empresariado”, observou.
O chefe do Palácio do Buriti disse que “o partido não existe do ponto de vista estrutural. Mesmo com uma bancada de 34 deputados federais, o partido está se diluindo neste início de governo”, prosseguiu Ibaneis, destacando que o governo federal “até agora ainda não se acertou”. “Com a atual estrutura do MDB, não vamos conseguir montar diretórios competitivos e estamos fadados ao insucesso nas eleições municipais do ano que vem”, alertou Ibaneis.
O governador do DF defendeu a expulsão de emedebistas presos. “Não me sinto na condição de estar no mesmo partido em que está Eduardo Cunha. Não posso estar no mesmo partido de um camarada que foi preso porque tinha mais de R$ 50 milhões guardados em malas em um apartamento”, afirmou o governador, em referência a Geddel Vieira Lima.
A crítica foi disparada na presença de Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel. “Ou vocês querem um partido novo, ou vocês não me querem no partido. Acho que o MDB tem que enfrentar suas feridas, porque senão vamos definhar”, bradou o governador. A reunião, segundo o jornal Correio Braziliense, contou com a presença de todos os caciques do partido.