O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) informou que vai pedir para o Tribunal de Contas da União (TCU) investigar a viagem do secretário de Cultura, Mário frias, a Nova Iorque, em dezembro passado, quando ele se reuniu com o lutador de jiu-jitsu Renzo Gracie para discutir um documentário sobre o atleta.
O passeio custou R$ 39 mil aos cofres públicos, sem contar o reembolso de R$ 1.849 com testes de covid. Outros R$ 39 mil foram gastos por seus auxiliar na mesma viagem.
Para o líder da minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-RN), as reuniões das duas viagens poderiam ter sido feitas de forma remota.
“Frias nunca lutou pela valorização da cultura nacional. Em vez de gastar todo esse dinheiro, ele e sua equipe poderiam ter feito uma reunião online para tratar do tema. Ele aproveitou o período da viagem para fazer turismo. Quanta ignorância e hipocrisia”, apontou o senador.
O líder da oposição na Câmara, Wolney Queiroz (PDT-PE), informou que pretende avaliar com sua equipe técnica as medidas que podem ser adotadas contra Frias, entre elas apresentar requerimentos de convocação do secretário para dar explicações. “Vamos estudar quais as medidas cabíveis nesse caso”, disse.
LOS ANGELES
Os gastos do erário com a viagem de membros da Secretaria Especial de Cultura a Los Angeles, nos Estados Unidos, em janeiro, também estão na mira de integrantes da oposição ao governo de Jair Bolsonaro.
Em 19 de janeiro, o secretário de Incentivo e Fomento à Cultura, André Porciuncula; o secretário de Audiovisual, Felipe Pedri; e o assessor Gustavo Torres foram à cidade americana para apenas duas reuniões: uma na Câmara de Comércio Brasil-Califórnia e outra com Roberta Augusta, vice-presidente da IDC, empresa detentora de um estúdio de cinema. O titular da pasta, Mario Frias, não embarcou para a viagem por estar com Covid-19 na época.
A viagem da equipe de Frias a Los Angeles custou pelo menos R$ 20 mil, visto que somente os gastos do subsecretário de Fomento e Incentivo à Cultura, André Porciúncula, foram informados. Mas o valor total da viagem pode ser triplicado, considerando os outros integrantes da comitiva.
Conforme dados obtidos pela imprensa via Lei de Acesso à Informação, só em passagens aéreas André Porciúncula gastou R$ 9.928. Cada trajeto do voo custou R$ 4.964. Ele ficou hospedado em um local com diária de R$ 2.364. Foram quatro diárias: R$ 9.453.