A Prefeitura de São Paulo anunciou o aumento da tarifa dos ônibus municipais de R$ 4 para R$ 4,30 a partir do dia 7 de janeiro de 2019. O aumento de 7,5% ficou muito acima da inflação acumulada desde o último reajuste, no início de 2018.
O índice de inflação Fipe, medido na capital paulista, no acumulado do ano foi de 3,63%. Se o aumento refletisse a inflação, o valor da passagem seria de R$ 4,14. No entanto, a administração municipal alega que esse valor dificultaria o troco.
A Prefeitura informou ainda que acabará com o subsídio aos valores pagos por empresas para o vale-transporte dos trabalhadores. Com isso, o valor a ser pago pelo empregador passará a ser de R$ 4,57.
O fim do subsídio alcança apenas a parte das empresas. O desconto de 6% em folha do trabalhador, conforme define a Legislação Trabalhista, não sofrerá alteração.
As modalidades temporais de crédito Mensal ou Diário também terão seus valores reajustados. O Bilhete Mensal somente ônibus passa para R$ 208,90, enquanto o Bilhete Diário passa para R$ 16,40.
O principal argumento utilizado para justificar o aumento é o subsídio do serviço, que é o gasto público para compensar a diferença entre as tarifas e os custos reais do sistema. Em 2013, a cidade de São Paulo gastava R$ 1,6 bilhão no subsídio às empresas de ônibus. Em 2017, esse valor quase dobrou, chegando a R$ 2,9 bilhões e a previsão é que neste ano o valor chegue a montante similar.
As tarifas do Metrô e dos trens metropolitanos (CPTM) não tiveram reajustes anunciados pelo governador Márcio França (PSB) e deverão ser mantidas em R$ 4.
Com isso, a divulgação poderá ficar para a gestão de João Doria (PSDB), que assume em 2019. Nos últimos anos, prefeitura e estado vinham fazendo aumentos conjuntos.
DESEMPREGO
Com o aumento das passagens e a alta taxa de desemprego, os desempregados e os jovens sem ocupação, da região metropolitana de São Paulo, sofrerão com a locomoção no transporte público. O aumento da passagem de ônibus prejudica ainda mais a situação das pessoas nesta situação.
A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo encontra-se em 15,7%, conforme a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Fundação Seade e do Dieese. Os institutos estimam em 1,7 milhão o número de desempregados.
Entre as áreas da Grande São Paulo, a taxa de desemprego diminuiu em Guarulhos, Mogi das Cruzes e outros municípios da região leste, para 16,1%, e aumentou na região sudeste, que abrange o ABC em 18,7%. Já na capital, o número se encontra em 14,8%. Segundo a PED, o emprego cresceu apenas entre os autônomos.
Ainda, um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que 23% dos jovens brasileiros não trabalham e nem estudam (os chamados jovens nem-nem). A maioria é de mulheres de baixa renda. Segundo a pesquisa, 49% se dedicam exclusivamente ao estudo ou capacitação, 13% só trabalham e 15% trabalham e estudam ao mesmo tempo.
AUMENTO NOS MUNICÍPIOS
Em Belo Horizonte (MG), a passagem terá o acréscimo de 11% e passará dos atuais R$ 4,05 para R$ 4,50. Além do aumento das tarifas de ônibus em BH, os coletivos das linhas metropolitanas e intermunicipais também terão reajuste. Nos coletivos metropolitanos, o reajuste médio será de 6,40%. Já nos veículos intermunicipais, o aumento médio no valor das passagens será de 6,78%.
O transporte coletivo urbano de Florianópolis (SC) terá novos valores a partir de 1º de janeiro de 2019. O valor da passagem nesta data passa de R$ 4,20 para R$ 4,40 para pagamento em dinheiro e para o pagamento em cartão passa de R$ 3,99 para R$ 4,18. Os valores representam um aumento de 4,76%.
Em Maceió (AL), o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros (Sinturb) divulgou no dia 17, que protocolou na Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) o pedido de reajuste para a tarifa de ônibus 2019. Foi solicitado um aumento de 13,7% sobre a atual tarifa, passando de R$ 3,65 para R$ 4,15.
O cálculo da nova tarifa foi baseado na fórmula paramétrica prevista no edital de licitação, que corresponde a 7,91% de reajuste.
Interessante. Em Aracaju, um dos argumentos dos empresários para o alto valor da tarifa é o de que não contam com subsídios por parte da Prefeitura Municipal de Aracaju.