Por “orientação do bispo Macedo” se “decidiu vender mais da metade do patrimônio da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola, sem prévia consulta aos bispos, pastores, obreiros e membros angolanos”, denuncia manifesto assinado por 330 bispos e pastores angolanos exigindo a expulsão dos representantes de Edir Macedo da Universal de Angola.
“NEPOTISMO, RACISMO E AMIGUISMO”
O manifesto, no qual os pastores angolanos, rebelados contra “’nepotismo, racismo e amiguismo”, rompem com os chefes brasileiros da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), também afirma que os angolanos pretendem assumir o comando da igreja em Angola.
O documento lido na frente da sede da IURD em Luanda (uma vez que os pastores que o apresentaram foram impedidos de entrar na igreja, como pretendiam, para lerem o documento em seu interior) afirma ainda que “o referido patrimônio inclui residências e terrenos que foram adquiridos e/ou construídos com os dízimos, ofertas e doações dos bispos, pastores, obreiros e membros de Angola”.
Segundo a denúncia, “tal decisão do bispo Macedo, em vender o patrimônio acima referido, foi transmitida em reunião secreta em Luanda, presidida pelo bispo Honorilton Gonçalves, onde apenas alguns poucos pastores e bispos brasileiros participaram e nenhum bispo/pastor angolano teve acesso a tal reunião, nem sequer o representante legal da Igreja”.
Vídeo da TV Pública de Angola (TPA) mostra a tensão do momento em que os pastores angolanos são proibidos de entrar na sede da Universal em Angola:
O manifesto acusa ainda que o bispo Macedo de impor aos pastores angolanos a realização de cirurgias de vasectomia:
“Nos últimos doze meses, a anterior e atual liderança brasileira por orientação do bispo Edir Macedo tem forçado os pastores solteiros e casados a submeterem-se a um procedimento cirúrgico de ‘esterilização’, tecnicamente conhecido como vasectomia, em claras violações graves dos direitos humanos, da lei e da Constituição da República de Angola, práticas estas que são estranhas aos costumes da nossa realidade africana e angolana.”
Sob acusações similares, de racismo, afastamento de pastores locais de postos de mando, exploração dos pastores africanos, a Igreja Universal – que se estendeu por diversos países no continente africanos – tem sido alvo de intensos protestos não apenas em Angola.
Já publicamos matéria sobre o recente levante popular contra a direção da Universal em São Tomé e Príncipe: