O escritor Paulo Coelho se manifestou publicamente sobre a morte do ator e humorista Paulo Gustavo, que faleceu aos 42 anos, vítima do novo coronavírus, após passar quase dois meses internado no Rio de Janeiro. Ele condenou os os “assassinos” de Paulo Gustavo todos aqueles que negam a gravidade da covid-19, que causam aglomerações, não seguem os protocolos de segurança recomendados pelas entidades de saúde, e que debocharam da doença, dizendo não passar de uma “gripezinha”.
“Assassinos de Paulo Gustavo: quem dizia ‘é só uma gripezinha’; ‘não passa de 200 mortes’; ‘cloroquina resolve’; ‘gente morre todo dia’; lockdown destrói o país’; máscara nos faz respirar ar viciado’; eu obedeço o comandante’. E por aí vai. Canalhas da pior espécie”, publicou o escritor em seu perfil no Twitter.
O cantor Caetano Veloso também publicou uma mensagem para homenagear Paulo Gustavo. Caetano disse que Paulo era a “expressão da alegria brasileira” e que o povo “deve se revoltar com os responsáveis” pela vulnerabilidade dos brasileiros em face do coronavírus.
“Paulo Gustavo é a expressão da alegria brasileira. Essa alegria que nos veio de fora em forma de fama, já que minha geração cresceu crendo no mito das “três raças tristes” de que nosso povo se teria formado”, publicou o cantor.
Caetano relembrou, também, que a morte de Paulo Gustavo por complicações da COVID-19 se deu no dia em que a CPI da COVID-19, no Senado Federal, começou a ouvir testemunhas.
“É significativo que a notícia de que o perdemos chegue no dia em que se abre a CPI da Covid no Senado Nacional. O povo brasileiro, que encheu os cinemas para rir com Paulo Gustavo, está de luto. E deve revoltar-se contra os responsáveis por nossa vulnerabilidade frente à pandemia que nos tirou essa pessoa amada por representar nossa vocação para o SIM”, concluiu Caetano.
A jornalista e apresentadora Fátima Bernardes deu voz em seu programa matinal Encontro com Fátima (Rede Globo) à raiva que acompanha a tristeza pela morte do humorista, uma morte que reaviva a dor da perda das outras mais de 420.000 pessoas.
“Hoje é um dia de luto pelo Paulo Gustavo, mas também por todos os outros que se foram por conta dessa doença terrível que é a covid-19. E pela forma como essa pandemia vem sendo administrada, infelizmente, aqui no nosso país. Dói muito saber que muitas pessoas, muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas. Cadê a vacina, o respeito ao distanciamento, ao uso de máscara? Cadê uma campanha forte e firme de alerta e informação da população?”, questionou ela. “Nós não estamos só tristes, estamos indignados, nós estamos revoltados. É muito ruim quanto a tristeza e a indignação se misturam à raiva”, acrescentou.