Com a participação de mais de 500 pessoas de todo o país, o PCdoB realizou no último final de semana a 3ª Conferência Nacional sobre a Emancipação das Mulheres. A conferência online foi aberta na noite de sexta-feira (19) e se estendeu durante todo o sábado e o domingo.
Temas como a conjuntura e o impacto da crise sobre as mulheres, políticas públicas, o feminismo e a luta antirracista e a participação das mulheres no processo eleitoral, entre outros, foram intensamente debatidos.
A conferência também foi um retumbante “não a Bolsonaro”, que com sua política negacionista e irresponsável já levou quase 300 mil brasileiros à morte, e uma conclamação pela vacinação já para todos.
Ao saudar os participantes na abertura do evento, a secretária da Mulher do PCdoB, Vanessa Grazziotin, ressaltou o processo de organização da conferência, que envolveu a militância e simpatizantes do partido em uma ampla discussão sobre a luta em defesa da vida, pela vacinação, contra o governo Bolsonaro, pelo fortalecimento de um feminismo popular e pela emancipação das mulheres.
“Estamos todos com o coração partido, afinal, a situação de nosso país é a pior do mundo. Perdemos gente não só pela letalidade do vírus, mas também por conta da irresponsabilidade desse presidente que é genocida sim”, afirmou, ressaltando, no entanto, que “estamos com os nossos corações cheios de esperança”.
“Assistimos a uma grande mobilização do nosso partido em torno da conferência, da qual participam não só as mulheres, mas também os homens. Porque a gente tem absoluta clareza de que a luta pelos direitos das mulheres, pela emancipação, por uma sociedade igual, é a luta de todos nós”.
Impedida de participar do evento por problemas de saúde na família, a presidenta do PCdoB, Luciana Santos, gravou um vídeo saudando os participantes. “Nossa conferência é estatutária justamente para dar a dimensão da luta de classes que a questão merece. Tenho certeza de que vocês farão uma conferência à altura das comunistas, dos desafios que estamos enfrentando agora. Vamos sair deste processo ainda mais dispostas a desmascarar Bolsonaro. Ele não!”, afirmou.
Para a secretária adjunta da Mulher do PCdoB, Márcia Campos, “podemos ter um Brasil melhor e sabemos o papel que nosso partido tem nesse processo. Nossa conferência é um grito de esperança e alerta de que as mulheres estão aí, na luta!”.
“Vivemos uma quadra em que as mulheres são fundamentais”, afirmou o governador do Maranhão, Flávio Dino, ao ressaltar que “temos estruturalmente, inscritas na história do Brasil, discriminações, opressões e violências que se agudizam agora; é como se fosse uma caneta marca-texto: uma crise dessa dimensão sublinha características perversas desse modelo assentado nas injustiças”.
“Precisamos celebrar a esperança, não uma esperança destituída de materialidade, ou vazia, inconsequente, mas a esperança dos que lutam, que têm rumo, têm bandeira e projeto”, afirmou.
Segundo o governador, “a conferência é respaldada pela luta do movimento social, pela história do nosso partido e posso dizer que o nosso governo tem coerência com as nossas bandeiras, lutas e causas. Estamos agindo em sintonia com esse propósito de defesa do Brasil, das brasileiras e dos brasileiros”.
E concluiu afirmando: “queremos impedir a continuidade desse ciclo de genocídio que estamos vendo. Fazemos todos os dias o combate firme e decidido, sem descuidar das tarefas de governo. Mais do que um direito, ser oposição ao Bolsonaro é uma obrigação cívica, um dever patriótico”.
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) ressaltou a importância de se fortalecer o feminismo popular, envolvendo as mulheres trabalhadoras, chefes de família, moradoras das periferias, negras, que compõem a camada que mais sofre com as crises econômica, social e pandêmica.
A conferência, que ao final elegeu os integrantes do Fórum Nacional Permanente sobre a Emancipação das Mulheres, contou ainda vídeos de saudação de lideranças políticas e artistas, manifestações culturais e homenagens às vítimas da Covid-19.