O ex-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Pedro Guimarães, será processado criminalmente por crime de assédio sexual. A Justiça de Brasília aceitou a denúncia do Ministério Público Federal, e Pedro Guimarães virou réu e responderá por 7 acusações de assédio sexual e 8 de importunação feitas por diversas funcionárias do banco.
Pedro Guimarães foi presidente do banco público desde o início do mandato do ex-presidente Bolsonaro, até junho de 2022, quando o escândalo veio à tona e ele teve que deixar o cargo.
Os crimes preveem pena de 1 a 5 anos e, pelo fato de o acusado ter autoridade sobre as vítimas, a denúncia prevê agravamento de pena.
Conforme relatos das mulheres, além do assédio direto praticado pelo presidente do órgão à época, como passar a mão nas partes íntimas, convidá-las para quartos de hotel nas viagens institucionais e cometer assédio verbal e moral, Pedro Guimarães transformou o assédio em um verdadeiro modelo de gestão na Caixa.
Como afirmou uma funcionária, referindo-se também ao então vice-presidente da Caixa, Celso Leonardo: “01 assedia e 02 protege com intuito de monitorar”.
Em entrevista à TV Globo, outra funcionária conta: “Comigo foi em viagem, nessas abordagens que ele faz pedindo, perguntando se confia, se é legal. Abraços mais fortes, me abraça direito e, nesses abraços, o braço escapava e tocava no seio, nas partes íntimas atrás, era dessa forma”.
A advogada e jurista Soraia Mendes, que recebeu as denúncias após a divulgação do fato pelo site Metrópoles, afirmou, ao blog da jornalista Andréia Sadi, que “o escândalo dos crimes sexuais que envolve o ex-presidente da Caixa é, sem dúvida, por sua dimensão institucional o maior caso de assédio sexual da história desse país”.
“De nossa parte, como advogadas assistentes de acusação, dentro do devido processo legal, nossa tarefa tem sido e sempre será a busca por justiça para as vítimas”, disse.