Depois da máxima de casos diários na última quarta- feira (16), o Brasil registrou mais um indicador alarmante. O país confirmou 1.091 mortes em 24 horas. É a 1ª vez que as mortes diárias ultrapassam 1.000 desde 30 de setembro, quando o país confirmou 1.031 vítimas.
São pelo menos 184.826 vítimas, de acordo com os dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), divulgados nesta quinta-feira (17). O país também confirmou mais 69.826 casos no período, totalizando 7.110.434.
No dia anterior, foram 70.574 novos diagnósticos, o maior número já registrado em um dia. Nos últimos sete dias, a média de óbitos foi de 725 – um aumento de 27% na variação de 14 dias. São 14 dias seguidos em que o Brasil apresenta alta na média móvel de mortes.
Deve-se levar em consideração que estes números elevados ocorrem após São Paulo voltar a atualizar seus dados no sistema do Ministério da Saúde. Na quinta-feira (17), foram registrados 399 óbitos, somando os dois dias.
Na última quarta (16), o governo paulista alegou “problemas técnicos” no acesso ao Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep Gripe). O estado tem o maior número de casos (1.361.731) e mortes (44.681) no Brasil.
Quatro regiões registram aceleração nas mortes causadas pela pandemia: Sul (48%), Sudeste (22%), Centro-Oeste (21%) e Nordeste (21%). Somente a região Norte (13%) permanece estável.
RIO DE JANEIRO
A alta recente de óbitos de Covid-19 em todo o Brasil é fruto principalmente do grande número de mortes registradas nas cidades do Rio e de São Paulo. A capital fluminense lidera o triste ranking de municípios que mais confirmaram mortes por Covid-19 nas últimas duas semanas, com 565 mortes.
Entre as vinte cidades que mais tiveram óbitos no país, outras duas ficam na Região Metropolitana do estado: Nova Iguaçu e São Gonçalo, onde essa, Implementou há um mês novas medidas de isolamento social.
Com 514 mortes em 14 dias, São Paulo vem logo atrás do Rio. O levantamento, que se baseou em dados coletados até segunda-feira (14), foi feito pela Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Por conta deste aumento de casos no Rio, a prefeitura do Rio de Janeiro suspendeu, por tempo indeterminado, a realização de cirurgias eletivas na rede municipal de saúde. A medida entrou em vigor no dia 10 de dezembro, mas só foi publicada nesta sexta-feira (18) no Diário Oficial do município. Estão mantidos os procedimentos de urgência e emergência e os relativos a tratamentos oncológicos e cardiovasculares.
De acordo com a resolução da Secretaria Municipal de Saúde, “os recursos humanos e materiais que serão liberados em razão da suspensão das cirurgias eletivas deverão ser direcionados para o enfrentamento da emergência de saúde pública em razão da pandemia de covid-19. Durante o período de vigência, não serão consideradas as metas contratuais de cirurgias eletivas.”
O Rio de Janeiro é um dos dezoito estados brasileiros com alta na média móvel de mortes. A cidade tem a maior taxa de mortes por Covid-19 entre municípios com mais de 50 mil habitantes.
Na última terça-feira (15), a prefeitura do Rio cancelou a festa de virada de ano novo da cidade em razão do novo coronavírus. A decisão foi tomada em meio ao aumento significativo de óbitos e de pacientes à espera de internação, já que a taxa de ocupação de leitos em UTI está perto do limite.
De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, a taxa de ocupação no SUS é de 89%. Na rede privada, a situação é ainda pior, com lotação de 97%. O prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) não anunciou medidas de isolamento na capital.
FILA
A atriz Christina Rodrigues, de 57 anos, morreu na manhã desta quinta-feira (17) na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Tijuca, na Zona Norte do Rio.
Ela chegou à UPA no meio da tarde de segunda-feira (14), com sintomas de gripe e dificuldades para respirar, segundo nota divulgada pela Secretaria de Saúde do Rio. Ela também relatou possuir comorbidades (diabetes, hipertensão e asma).
No local, ela fez um teste para detecção de Covid-19, mas o resultado ainda não ficou pronto, segundo a pasta. A secretaria também diz que foi pedida transferência para uma UTI na manhã desta quarta-feira (16).
Christina participou de novelas e programas da TV Globo, como ” Malhação’, ‘Beleza Pura’, ‘Além do Horizonte’, ‘Segundo Sol’ e o humorístico ‘Zorra Total.