Sua fixação em picuinhas é tanta que ele não governa. Bolsonaro não responde nem sobre coisas que estão sob a sua responsabilidade. Ele não apresentou até agora nem sequer um plano de vacinação contra a Covid
São várias as demonstrações do descaso de Bolsonaro com a saúde da população. Perguntado o que acha da situação da pandemia e se a ajuda emergencial poderá ser estendida, Bolsonaro mandou perguntar ao vírus. “Pergunta para o vírus … A gente se prepara para tudo, mas tem que esperar certas coisas acontecer … esperamos que não seja necessário”, disse o presidente em um vídeo editado publicado nas redes sociais. “A gente espera que não seja necessário e que o vírus está realmente de partida no Brasil, tá ok?”, Emendou.
Na semana passada o país ficou sabendo que 6,8 milhões de testes contra a Covid-19 pertencentes ao governo federal estão estragando e perdendo a validade no depósito federal localizado no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Enquanto isso o país não faz o número de exames necessários para poder controlar a epidemia. Ou seja, uma sabotagem aberta aos governadores e prefeitos que pedem os insumos e não recebem. Perguntado, Bolsonaro disse que a culpa e dos governadores.
Em outro episódio, Bolsonaro desautorizou o seu ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que havia se comprometido com 24 governadores a comprar 46 milhões de doses da CoronaVac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan, de São Paulo, com a empresa chinesa Sinovac e que está em fase final de testes. O presidente mandou cancelar o protocolo de intenções neste sentido. O comportamento de Bolsonaro chocou o país. O Brasil e o mundo estão ansiosos para iniciar o mais rapidamente possível a vacinação.
Logo em seguida, numa atitude tresloucada, o presidente usou suas redes sociais para dizer, sem nenhuma base científica, sem nenhuma prova, que a CoronaVac causaria “morte, invalidez e anomalias”. Um ataque gratuito à vacina do Butantan.
Não satisfeito, Bolsonaro instrumentalizou a Anvisa (Agância Nacional de Vigilância Sanitária) para interromper os testes com a CoronaVac no Brasil. Baseou-se na ocorrência de um evento ocorrido com um dos participantes dos testes que não tinha nenhuma relação com o uso da vacina. Desmascarados, tanto ele, quanto a Anvisa, tiveram que recuar.
Mandar perguntar ao vírus sobre a ajuda emergencial é o mesmo que não estar governando.
Aliás, nesta questão da pandemia, Bolsonaro não só não faz nada, como tudo o que faz é para atrapalhar a luta contra o coronavírus.
Promoveu aglomerações, combateu o uso de máscaras, defendeu que todos se infectassem, desdenhou os mortos e agora combate a vacina mais promissora e mais barata de todas as que estão em testes. Queria uma ajuda de apenas R$ 200 e segurou o quanto pode a liberação de ajuda a estados e municípios.