Os peritos médicos do INSS fazem mais uma paralisação, nesta terça (8) e quarta-feira (9), por reajuste salarial e melhores condições de trabalho.
A nova paralisação se dá diante da intransigência do governo em nem ao menos negociar com a categoria, assim como tem se omitido com o restante do funcionalismo federal que está mobilizado em todo o país por reestruturações de carreiras, reajuste, e contra os cortes no orçamento dos órgãos. Apenas no INSS, o corte do governo Bolsonaro para este ano foi de R$ 988 milhões.
A paralisação foi notificada pela ANMP (Associação Nacional dos Peritos Médicos Federais) ao Ministério do Trabalho e Previdência, no último dia 3.
No ofício enviado ao ministério, a entidade alerta sobre a greve para que o governo tome medidas que minimizem os impactos aos segurados com a paralisação, e reafirma “a frustração das negociações com o Governo, intentadas pela Associação, além da postura de completa omissão da Administração em relação aos pleitos da Perícia Médica Federal há quase dois anos”.
O documento ainda cobra “o silêncio das autoridades em relação aos 3 ofícios já enviados para requerer audiência para tratar sobre a questão, todos sem resposta até o presente momento”.
Os peritos médicos dizem ainda que, caso o Governo não receba os representantes da categoria para discutir as reivindicações, não descartam endurecer a mobilização, que poderá alcançar a greve por tempo indeterminado.
“Os Peritos Médicos Federais não possuem mais disposição para suportar ameaças, ataques e retrocessos e os segurados da Previdência Social não podem ser prejudicados pela intransigência do Governo”, afirma a ANMP.
No último dia 31, os peritos realizaram o Dia Nacional de Advertência, e 90% dos profissionais cruzaram os braços, afetando cerca de 25 mil atendimentos no INSS, mas mesmo assim, o governo não sentou para negociar com a categoria.
Diante da iminência dessa nova mobilização, o MPF (Ministério Público Federal), a DPU (Defensoria Pública da União) e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) enviaram um documento ao governo, cobrando ações do executivo que minimizem os efeitos da paralisação junto aos requerentes de benefícios previdenciários e assistenciais.
O documento, endereçado ao secretário da Previdência, Leonardo Rolim, na sexta-feira (4), pede ao governo que explique as medidas judiciais e extrajudiciais que serão tomadas para garantir o efetivo mínimo de peritos em operação.