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Os trabalhadores da Petrobrás iniciaram uma série de paralisações nas unidades da estatal por todo o país, na sexta-feira (27). A mobilização foi organizada pelos sindicatos ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e segue durante semana.
O movimento ocorre em reação à proposta da Petrobrás para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que oferece 1% de ganho real. Contra o que foi oferecido pela direção da empresa, os petroleiros reivindicam 3% de ganho real e mais 3,8% de reposição referente às perdas passadas, além de equiparação entre tabelas salariais da Petrobrás e das subsidiárias. Os trabalhadores pedem, ainda, os “resgates” do plano de saúde e do fundo de pensão da Petrobras, a Petros, além de questões ligadas à saúde e segurança do trabalho, entre outras reivindicações.
As paralisações estão sendo intercaladas por segmento: na sexta, começou nas refinarias e usinas termelétricas (UTEs). As subsidiárias da Petrobrás param hoje (30), e as unidades administrativas, na terça (31). Por fim, as bases de exploração e produção, na quarta (1º).
A FUP e a FNP destacam que, entre 2021 e 2022, a Petrobrás distribuiu mais de R$ 380 bilhões em dividendos aos acionistas privados. “É inadmissível uma empresa com resultados extraordinários, como a Petrobrás, continuar sacrificando os trabalhadores, enquanto os acionistas se apropriam da riqueza coletiva”, diz a FUP em nota.
“A política do governo anterior de dilapidar a empresa para gerar rentabilidade máxima ao mercado financeiro teve consequências nefastas para o país e para os trabalhadores, que ainda sofrem as consequências desse projeto. Vide o gravíssimo quadro de sofrimento mental, assédios, doenças ocupacionais e insegurança que afeta a categoria”, continua a nota.
A entidade aponta que a política deliberada da gestão passada de redução drástica dos efetivos, de retirada de direitos e de arrocho salarial precisa ser reparada nesta campanha reivindicatória. “O recado da categoria tem que ser à altura da insatisfação que foi refletida no resultado unânime das assembleias, que rejeitaram a segunda contraproposta da Petrobrás e das subsidiárias”, completou a nota.