A Polícia Federal destruiu 223 dragas utilizadas pelo garimpo ilegal no Rio Madeira e teve seus agentes atacados pelos criminosos, que também ameaçam incendiar prédios públicos. A Polícia Militar do Amazonas foi acionada para conter o ataque dos garimpeiros.
Por volta das 14h30 da quarta-feira (21), os agentes estavam atracando no porto de Humaitá, no Amazonas, quando foram atacados por bombas e rojões lançados pelos garimpeiros.
Os criminosos também tentaram invadir a Prefeitura de Humaitá, mas foram impedidos pela ação da Polícia Militar, que realizou disparos com bala de borracha. Eles conseguiram invadir o porto da cidade e tornaram a Praça da Matriz um cenário de guerra. O confronto seguiu até a noite.
As ruas da região central de Humaitá foram bloqueadas. Comerciantes retiraram suas coisas das calçadas para protegê-las do confronto.
A Polícia Federal, em conjunto com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (funai) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), deflagrou, na segunda-feira (19), a Operação Prensa para desmantelar o esquema de garimpo ilegal.
Até o momento, 223 dragas de garimpo foram destruídas no Rio Madeira e seus afluentes, sendo que 30 estavam em terras indígenas. A expectativa é que a nova operação destrua mais de 300 balsas até a próxima semana.
A Funai, em comunicado, salientou que “a atuação do garimpo polui as águas do rio e provoca danos ambientais, resultando em um impacto direto na saúde e na segurança alimentar das comunidades indígenas da região. Além disso, os criminosos invadem as terras indígenas e levam álcool e drogas para as aldeias, o que causa a desestruturação social e cultural dos povos indígenas. Também há denúncias de assédio praticadas pelos garimpeiros contra jovens indígenas”.
Leia nota da PF na íntegra sobre a operação:
A Polícia Federal, em ação conjunta com a FUNAI e o IBAMA, deflagrou nesta segunda-feira (20/8), a Operação Prensa, e, com somente três dias de operação, já inutilizou, até o momento, 223 balsas de garimpo que estavam atuando de forma ilegal no Rio Madeira e seus afluentes, Rio Aripuanã e Rio Manicoré.
A Operação conta com a participação de policiais federais especializados, que percorrerão municípios do sul do Amazonas, com o objetivo de combater os crimes de garimpo ilegal cometidos na localidade. A ação será contínua e com prazo indeterminado para finalizar.
A prática da atividade na região, além de causar danos ao meio ambiente e à saúde pública em virtude da contaminação do rio por mercúrio e cianeto, também interfere na cultura de povos tradicionais, uma vez que áreas indígenas chegaram a ser invadidas pelos criminosos na região.