Na operação foram apreendidos celulares dele e de Michelle. Ainda foram presos o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, e mais 5 ex-auxiliares do “mito”
A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, na manhã desta quarta-feira (3), em Brasília. Foram apreendidos os celulares de Jair Bolsonaro e Michelle.
Na operação, a polícia prendeu também o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa. Além de Cid, mais 5 ex-assessores de Bolsonaro foram presos.
A PF cumpre 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro.
A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo tribunal Federal (STF), dentro do inquérito das “milícias digitais” que já tramita no Supremo.
A PF investiga um grupo denunciado por inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
“Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de Covid”, diz a Polícia Federal.
Segundo as investigações, os certificados de vacinação de Bolsonaro, família e ex-assessores foram forjados. Veja:
1) do ex-presidente Jair Bolsonaro;
2) da filha de Bolsonaro, Laura Bolsonaro, hoje com 12 anos;
3) do ex-ajudante de ordens Mauro Cid Barbosa, da mulher e da filha dele.
A falsificação foi feita com o objetivo de garantir a entrada de Bolsonaro, familiares e auxiliares próximos nos Estados Unidos, burlando a regra de vacinação obrigatória naquele país.
Bolsonaro não foi alvo de mandado de prisão, mas deve prestar depoimento ainda nesta quarta-feira na Polícia Federal em Brasília.
Os crimes investigados são:
1) infração de medida sanitária preventiva;
2) associação criminosa;
3) inserção de dados falsos em sistemas de informação;
4) corrupção de menores.
A inclusão dos dados falsos aconteceu entre novembro de 2021 e dezembro do ano passado.
Até as 7h, todas as prisões já tinham sido cumpridas.
Os nomes de quatro dos seis presos são: o coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro; o policial militar Max Guilherme, que atuou na segurança presidencial; o militar do Exército Sérgio Cordeiro, que também atuava na proteção pessoal de Bolsonaro; o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.
Os dados falsos foram inseridos, segundo a PF, no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) do Ministério da Saúde.
A Polícia Federal afirma que o objetivo do grupo seria “manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas” e “sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19”.