A Polícia Federal abriu inquérito para apurar o vazamento de uma investigação sigilosa sobre o ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral, cujo conteúdo foi utilizado por Bolsonaro mais de uma vez, em lives e entrevistas, entre julho e agosto, para atacar o sistema de voto eletrônico, e disseminar sua tese, sem provas, de fraude nas eleições de 2018.
A PF também vai apurar como o deputado Filipe Barros (PSL-PR), relator da PEC do voto impresso, teve acesso ao caso sigiloso em andamento no órgão.
Ao entender que o caso tem relação com o inquérito das fake news, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, ordenou a apuração do caso, solicitada pelo TSE.
Além de utilizar o material como argumento para colocar sob suspeita a segurança do sistema eleitoral, Bolsonaro e Filipe Barros também divulgaram o documento em seus perfis no Twitter.
Segundo o ministro Alexandre de Moraes, o compartilhamento do material, com divulgação de segredo com potencial prejuízo à administração pública pode configurar crime.
Supostamente, o deputado Filipe Barros chegou aos documentos através do superintendente da Polícia Federal no DF, delegado Victor Feitosa, responsável pela investigação do ataque hacker, a quem Barros havia pedido acesso ao documento.
Logo que pediu a investigação, o ministro Alexandre de Moraes afastou o delegado da apuração. Felipe Barros e Victor Feitosa devem prestar depoimento.
O ministro também ordenou a exclusão das publicações com os documentos sigilosos.
O TSE já reiterou em diversas ocasiões que o ataque hacker de 2018 não representou risco à integridade da eleição.
Conforme afirma o TSE, as urnas eletrônicas “jamais entram na rede”. E, por não serem conectadas à internet, “não são passíveis de acesso remoto, o que impede qualquer tipo de interferência externa”.
“É possível afirmar, com margem de certeza, que a invasão investigada não teve qualquer impacto sobre o resultado das eleições”, afirma nota do TSE.