A Polícia Federal (PF), numa operação conjunta com a Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e Criminalidade Tecnológica da Polícia Judiciária Portuguesa, prendeu em Portugal, no último sábado (28), um hacker suspeito de invadir o sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
De acordo com a PF, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e três medidas cautelares de proibição de contato entre investigados em São Paulo e Minas Gerais, além de um mandado de prisão e um mandado de busca e apreensão expedidos pela Justiça portuguesa. Os mandados cumpridos no Brasil foram autorizados pelo juízo da 1ª Zona Eleitoral do Distrito Federal, após representação da PF e manifestação favorável da 1ª Promotoria de Justiça Eleitoral.
O inquérito apura os crimes de invasão de dispositivo informático e de associação criminosa. De acordo com as investigações, um grupo de hackers brasileiros e portugueses foi o autor do ataque ao sistema do TSE. A Operação prendeu o chefe desse grupo intitulado Cyberteam, um cidadão português de 19 anos que, segundo comunicado da polícia portuguesa, usa o codinome Zambrius.
No domingo do primeiro turno das eleições municipais (dia 15), o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, afirmou que o sistema do Tribunal sofreu um ataque de hackers que partiu de diferentes países, mas que foi impedida e não acarretou prejuízos para o processo eleitoral. Na ocasião, Barroso explicou que o envio das informações das urnas ao TSE é feito por meio de uma rede criptografada do próprio Tribunal, que não foi atingida.
Ainda segundo o ministro, no dia 23 de outubro houve uma tentativa de ataque que, segundo a Polícia Federal, provocou o vazamento de informações administrativas sobre ministros aposentados e antigos funcionários do Tribunal.
O objetivo era de divulgação na data da eleição para desacreditar a segurança do sistema de computadores da Justiça Eleitoral. Mas, segundo a Polícia Federal, a invasão não atingiu os sistemas relacionados à eleição porque as urnas eletrônicas não são ligadas à internet o que impede cyber ataques aos equipamentos.
“Não foram identificados quaisquer elementos que possam ter prejudicado a apuração, a segurança ou a integridade dos resultados da votação”, informou a PF.