O policial militar Alauir Mattos de Faria, apontado como dono do quiosque Biruta, onde Moïse Kabagambe estaria trabalhando, localizado ao lado do quiosque Tropicália, local em que ele foi brutalmente assassinado, ocupava o estabelecimento de forma irregular.
De acordo com a concessionária privada “Orla Rio”, detentora dos direitos da concessão pública de alguns quiosques da Praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, o operador responsável do local é identificado como Celso Carnaval.
Segundo a concessionária, há um processo judicial em trâmite para reintegração de posse do comércio.
“Sobre os novos desdobramentos relacionados à investigação do brutal assassinato do Moïse, a Orla Rio esclarece que Alauir Mattos de Faria não é o operador responsável pelo quiosque Biruta e sim, um ocupante irregular do mesmo. E pontua que esse é um dos fatos que motivaram a abertura de processo judicial contra o ex-operador Celso Carnaval para reintegração de posse do quiosque”, afirmou a Orla Rio.
“A concessionária explica que o contrato para operação do Biruta foi celebrado com Celso Carnaval, que, sem o consentimento da empresa, entregou a operação do quiosque a Alauir. A Orla Rio informa que notificou o ex-operador algumas vezes por conta dessa e de outras irregularidades que estavam sendo cometidas, mas como o mesmo não as sanou, rescindiu o contrato e entrou com uma ação judicial para reintegração de posse.”, afirmou a concessionária.
Outras irregularidades também foram identificadas no quiosque Biruta. Entre elas estão a não comprovação da regularização dos funcionários. Como apontam as investigações, Moïse trabalhava informalmente no quiosque e, segundo a família do refugiado, as agressões ao congolês foram motivadas após ele cobrar diárias de trabalho não pagas. O quiosque também é processado por falta de observância das normas sanitárias e inadimplência. O processo corre na justiça desde julho de 2021.
Em depoimento prestado na Delegacia de Homicídios da Capital, um dos agressores do congolês disse prestar serviços no Biruta.
Gravações de uma câmera de segurança do quiosque Tropicália, na altura do posto 8 da Barra da Tijuca, que flagraram a morte de Moïse Kabagambe, mostram pelo menos quatro homens espancando o congolês até a morte, na noite do dia 24 de janeiro. A família da vítima informou que Moïse teria ido até o local cobrar uma dívida de R$ 200 referentes a duas diárias de trabalho.
Já três suspeitos alegaram, em depoimento, que teriam agredido Moïse após ele tentar pegar cervejas da geladeira do quiosque Tropicália, segundo eles o refugiado foi amarrado e espancado até a morte como forma de “corretivo”. Os assassinos negam que tenham tido a intenção de matar Moïse.