![](https://horadopovo.com.br/wp-content/uploads/2022/06/Quarto-suspeito.jpg)
A quarta pessoa suspeita na participação do assassinato do indigenista Bruno Pereira, e do jornalista britânico Dom Phillips, no Amazonas, entregou-se à polícia de São Paulo nesta quinta-feira (23). Trata-se de Gabriel Pereira Dantas, que se apresentou à Polícia Militar, foi levado ao 2º Distrito Policial da cidade e acabou preso em seguida.
Segundo a polícia, ele admitiu participação no crime. Em seguida, gravou um vídeo no qual aponta o seu papel em 5 de junho, data em que Bruno e Dom foram assassinados.
Ele diz que apenas ajudou a pilotar o barco dos criminosos – Dantas nega que tenha atuado diretamente tanto nos tiros contra Bruno e Dom como na ocultação dos corpos na mata. “Eu só fiz tirar [os dois corpos do barco], eu fiquei no desespero”, disse.
Dantas agora será encaminhado para a guarda da Polícia Federal (PF), responsável pela apuração do caso, ao lado da polícia do Amazonas.
Esse crime entrou em mais um dos recentes conflitos acerca do governo de Jair Bolsonaro (PL), pois evidencia ainda mais o cenário de conflito ambiental na Amazônia e de insegurança de lideranças que atuam na defesa de indígenas.
Até o momento, quatro pessoas foram presas por envolvimento no duplo homicídio. Três confessaram participação: além de Dantas, Amarildo Oliveira, conhecido como Pelado, e Jefferson da Silva Lima (o Pelado da Dinha).
Apesar disso, investigadores dizem que uma testemunha o colocou na cena do crime. Além deles, outras quatro pessoas já foram identificadas. De acordo com os investigadores, elas auxiliaram na ocultação dos cadáveres.
O avanço das buscas levou a uma confissão de Pelado na noite do dia 14 de junho, segundo informação divulgada pela PF. Pelado, então, foi levado ao local das buscas no dia 15 para identificação da localização da vala onde os corpos foram enterrados.
![](https://horadopovo.com.br/wp-content/uploads/2022/06/89a8a5dc755ba6cde009302938b6993f.jpeg)
Na noite do mesmo dia, os corpos foram transportados até o porto de Atalaia do Norte (AM), a cidade mais próxima do local do crime. De lá, os remanescentes foram transportados para perícia em Brasília.
O assassinato de Bruno e Dom envolveu um grupo de pescadores ilegais, que atuam principalmente com pesca do pirarucu, segundo indícios coletados nas investigações.
O indigenista era um dos responsáveis pelo serviço de vigilância indígena implementado pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).
Esses vigilantes apontavam diariamente a presença de invasores na terra indígena e nas imediações. Foram esses mesmos indígenas que empreenderam as buscas pelos corpos de Bruno e Dom.
LIBERAÇÃO DOS CORPOS
Na quarta-feira, a Polícia Federal informou que concluiu a perícia de genética forense e que os corpos do indigenista e do jornalista foram liberados para as famílias nesta quinta-feira (23).
Ainda de acordo com a PF, as amostras biológicas identificaram “dois perfis genéticos distintos” e os resultados apontaram se tratar “dos remanescentes de Dom Phillips e Bruno Pereira”. “Os trabalhos dos peritos do Instituto Nacional de Criminalística continuarão nos próximos dias concentrados na análise de vestígios diversos do caso”.