A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) desmentiu, em nota, informações de reportagem do Jornal O Globo que afirmava que a categoria recebeu reajustes acima da inflação nos últimos dez anos. “As informações trazidas pela reportagem não encontram respaldo na verdade, portanto a matéria é uma FAKE NEWS!”, diz a nota.
A entidade explica que os policiais rodoviários federais (PRFs) tiveram reajustes salariais em dois momentos nos últimos dez anos: em 2011, quando a reposição concedida foi de 15,76%, dividido em três partes (5,2% em 2012, 5,1% em 2013 e 4,7% em 2014); em 2016, o reajuste concedido, de acordo com a entidade, foi de 35,61% também em três parcelas (23,88% em 2017, 4,75% em 2018 e 4,5% em 2019). Com isso, o reajuste total da categoria nos últimos dez anos foi de 56,98%.
De 01 de agosto de 2010 ao final do ano passado, argumentam os policiais, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou 98,71%, ou seja, a defasagem salarial da categoria já chega a 41,73%. “O que representa perda de 21% no poder de compra do PRF. Já se considerarmos o IGPM [Índice Geral de Preços do Mercado], que acumulou 164,83%, a defasagem é de 107,86%, ou seja, a perda chega a 40,72%”, explica a nota.
A FenaPRF enfatiza que “para se obter um resultado transparente e verdadeiro, é necessário considerar como início do período de comparação a data a partir do reajuste imediatamente anterior ao de 2011, ou seja, o período considerado deve ser 01/08/2010 a 31/12/2021 e não 01/01/2012 a 31/12/2021”.
A categoria denuncia que, mesmo que o cálculo fosse feito de 2012 a 2022, como propõe a matéria, “o resultado não chega a ganhos de 7%. Muito pelo contrário! O índice do IPCA neste período acumulou 80,70%, ou seja, defasagem de 23,72%, o que representa uma perda de 13,13% no poder de compra do PRF. Já se considerarmos o IGPM, que acumulou 132,37, a defasagem é de 75,39, ou seja, a perda atinge 32,44%.”
“Portanto, resta claro que em nenhuma das hipóteses a PRF obteve ganhos em poder de compra nos últimos dez anos”, conclui a nota.