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O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciou na quinta-feira (25) a construção de 19 “mini-usinas” de produção de oxigênio para suprir a alta demanda dos hospitais lotados com infectados de Covid-19. Elas serão instaladas em hospitais municipais, em Hospitais Dia (HD), e em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Juntas, elas têm a capacidade de produção de 9 mil m3 por dia, ou seja, o abastecimento de 900 cilindros diariamente.
A coletiva de imprensa da Prefeitura ocorreu na véspera do feriadão antecipado, que começará na sexta-feira (26), e irá até a Páscoa. O prefeito fez novamente um apelo para que a população não faça viagens na data e permanece em distanciamento social. “Não é um período para festejar, viajar, aglomerar, muito pelo contrário”. “É (uma) necessária parada para que diminua o ritmo de contágio na cidade”, afirmou Covas.
A nova aquisição estará em plena operação até o dia 30 de abril e, juntos, vão garantir o funcionamento de 807 leitos, sendo 596 de enfermaria e 211 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os equipamentos terão um custo de R$ 9,3 milhões e a instalação demandará R$ 104,5 mil. O prefeito também destacou que a obra, que será permanente, vai permitir a economia de R$ 250 mil por mês com a produção de oxigênio.
O consumo de oxigênio na rede hospitalar da capital aumentou 121% em março, em relação a janeiro, segundo dados da Prefeitura de São Paulo. De acordo com a gestão municipal, não há falta de oxigênio, mas dificuldade em fazer com que os cilindros cheguem até as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
CONCENTRAÇÃO
Na tentativa de contornar o panorama, a Prefeitura passou a concentrar pacientes com Covid-19 em “hospitais-catástrofe”, e pediu que o Ministério da Saúde, o Ministério Público, o Tribunal de Contas e a Defensoria Pública pressionem a multinacional White Martins a investir na ampliação da logística de distribuição, com isonomia entre as unidades de saúde públicas e privadas.
A empresa que monopoliza a produção de oxigênio no país alega que a dificuldade com a logística se deve ao aumento exponencial no consumo de oxigênio e a transformação pela gestão municipal das unidades de pronto-atendimento em unidades de internação para pacientes com Covid-19, pois a medida traz “impactos significativos na logística, na segurança operacional e na confiabilidade do abastecimento”.
Na terça-feira (23), o Ministério Público instaurou inquérito para apurar uma denúncia feita por funcionários de que três pacientes com Covid-19 morreram por falta de oxigênio na UPA Ermelino Matarazzo, na Zona Leste. A prefeitura nega o desabastecimento, mas reconhece que “já enfrenta intermitência no fornecimento de oxigênio”.
VARIANTE P.1
Nesta sexta-feira (26), a Prefeitura da capital paulista divulgou os resultados de um novo inquérito sorológico da capital. A variante P.1, conhecida como variante de Manaus, já infectou 64,4% da população no mês de março, segundo a Prefeitura de São Paulo.
O secretário de Saúde, Edson Aparecido, explicou que o estudo sorológico para monitorar as ações do vírus na cidade foi realizado com dados coletados durante a primeira semana de março.
A principal conclusão do monitoramento foi de que 71,2% das pessoas infectadas na capital se contaminaram com novas variantes do vírus: 64,4% se contaminaram com a P.1, e outros 6,8% com a variante B.1.1.7., conhecida como variante do Reino Unido.
A secretaria afirma que a faixa etária mais afetada pelo vírus é dos 20 a 54 anos. “São esses os pacientes que, em números cada vez mais acentuados, procuram os hospitais da cidade quase sempre em estágio mais avançado”, disse Aparecido.
A diretora da Divisão de Vigilância Epidemiológica da prefeitura, Selma Anequini Costa, ressaltou que a variante P.1 está espalhada por toda cidade e ressaltou a importância das medidas de prevenção.
“A circulação dessa variante, P.1, chamada de variante de Manaus, está em todo o município de São Paulo, em todas as regiões, não houve diferença. O importante para a população é manter as três principais orientações que a gente sempre fala: o distanciamento social, o uso correto de máscaras e a higiene de mãos”, disse.