A proximidade do candidato Sebastião Melo (MDB) com Bolsonaro foi fator preponderante para que o PDT decidisse pelo apoio a Manuela D’Ávila (PCdoB) na disputa à Prefeitura de Porto Alegre.
Segundo o presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, além das qualidades pessoais de Manuela, “a aproximação de Melo a Bolsonaro nos afastou de vez da possibilidade de ficarmos neutros”.
“Manuela é muito preparada, já foi deputada, é uma mulher de fibra e corajosa. Cada vez mais a gente se convence que a mulher deve ocupar todos os espaços que puder. Então a executiva decidiu pelo apoio. Além das qualidades pessoais dela, a aproximação de Melo a Bolsonaro nos afastou de vez da possibilidade de ficarmos neutros”, disse Lupi pouco depois da executiva municipal do partido fechar o apoio à Manuela.
No dia seguinte ao primeiro turno das atuais eleições, o presidente do PDT declarara, em entrevista à CNN, “que um apoio a Manuela é difícil devido à boa relação do partido com o adversário dela no segundo turno, Sebastião Melo (MDB)”. Lupi lembrara, ainda, que a candidata do PDT à Prefeitura de Porto Alegre, Juliana Brizola, “concorreu como vice na chapa de Melo em 2016, quando este tentava a Prefeitura”.
Porém, na avaliação do PDT, o alinhamento de Melo e de seu vice, Ricardo Gomes (do Dem gaúcho, chefiado por Onyx Lorenzoni, ministro de Bolsonaro), às “bandeiras de governo Jair Bolsonaro” não permitiriam um novo apoio do PDT a Melo.
Além de Onyx Lorenzoni, dentre os apoiadores de Melo que fazem esta ligação está o ex-ministro de Bolsonaro, Osmar Terra, que desde o início da pandemia se colocou contra as posições defendidas pela ciência e a favor de todas as aberrações bolsonaristas – ficou famoso, no pior sentido da palavra, seu apoio, quando ministro, à afirmação de Bolsonaro de que “não existe fome no Brasil”.
A candidatura de Melo foi a principal beneficiada pela desistência de Fortunati (PTB), que foi obrigado a deixar a disputa a três dias da eleição, depois que seu vice teve o registro cassado pela Justiça Eleitoral. O pedido para impugnação da chapa partiu de um candidato a vereador ligado a Melo.
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