O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que “o discurso de ‘se eu perder houve fraude’ é um discurso de quem não aceita a democracia”.
“Em 2014, o candidato derrotado pediu auditoria e o próprio partido reconheceu que não houve fraude. Nunca se documentou fraude. No dia que se documentar, a Justiça Eleitoral vai apurar imediatamente. Ninguém tem paixão por urnas, mas sim por eleições livres e limpas”, continuou.
“Não há precedente e não há razão para se mexer no time que está ganhando. Não sou candidato a nada. Só quero preservar a democracia. Esse é o único compromisso meu e da Justiça Eleitoral”, enfatizou Barroso.
Jair Bolsonaro diz que tem provas de que as eleições de 2014 e 2018 foram fraudadas, mas nunca apresentou provas. O seu governo tem defendido a proposta de voto impresso e coloca isso como condição para que as eleições aconteçam.
Segundo Bolsonaro, “a fraude está no TSE”. Ele também chamou o ministro Luís Roberto Barroso de “imbecil” por não ser a favor do voto impresso.
O presidente do TSE criou um núcleo para acompanhar as ameaças contra as eleições de 2022, muitas delas vindas de Jair Bolsonaro, e divulgar informações sobre o uso das urnas eletrônicas.
O grupo é composto pela secretária-geral do TSE, Aline Osório, e pelo secretário de tecnologia do Tribunal, Julio Valente.
Os dois deverão ampliar as campanhas de combate a fake news sobre as eleições e as urnas eletrônicas.
O TSE já lançou uma campanha chamada “Fato ou boato”, que conta com apoio de agências de checagem de informação, para combater as notícias falsas que circulam pelas redes sociais.