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Enquanto está em prisão domiciliar, o presidente de honra do PTB e aliado de Jair Bolsonaro, Roberto Jefferson, “demitiu” a presidente do partido, Graciela Nienov, por conta de áudios de Whatsapp e alega traição pior do que a de Brutos para com Júlio César.
Jefferson está preso desde agosto de 2020 por conta de ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF) e pela defesa de um golpe bolsonarista. Na semana passada, foi transferido para prisão domiciliar.
Em carta, Jefferson disse que Graciela “pediu demissão” e que ele teria aceitado, o que ela nega.
“A Graciela me pediu demissão, eu aceitei, pois após os áudios do grupo dela perdeu qualquer condição moral ou política para continuar à frente da presidência”.
Ouvida pelo O Globo, Graciela negou que tenha pedido demissão da Presidência do PTB.
“A Graciela me desqualificou e me traiu. Quis apagar minhas lutas e o meu legado. Estou dizendo isso pelo o que ouvi do grupo secreto da Graciela. A Graciela foi pior de que a Cristiane [Brasil, sua filha] para mim, que foi pior do que Brutus foi para Júlio César”, continuou o aliado de Jair Bolsonaro.
Roberto Jefferson, que se auto apelidou de “Bob Jeff”, reclamou que foi alvo de “zombarias” por parte de Graciela e outros membros do PTB em um grupo de Whatsapp.
Ele afirmou que “poderia esperar essas atitudes de Cristiane”, sua filha, “mas de Graciela, nunca”. Roberto Jefferson reclama de traição porque em um áudio Graciela disse que iria se reunir com o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito pelo qual o bolsonarista foi preso.
“Ontem mandou pro Alexandre e aí saiu a resposta agora. Janeiro eu vou ter que ir lá almoçar com o Alexandre. Fiz esse compromisso. Paciência. Bora lá”, disse Graciela na gravação.
Ainda na carta, Roberto Jefferson se diz disposto a conversar com Graciela. “Quanto a falar comigo, a Graciela sabe onde eu moro. Não sairei de casa, estou preso e incomunicável, somente podendo receber visitas de parentes próximos e de meus advogados como agora recebo. Decisão judicial. Peço a você [advogado] que peça autorização ao Ministro para trazer a Graciela até aqui. Em caso de autorização, eu a receberei como só poderia ser, minha criatura querida. Como ser humano tem meu amor, mas perdeu minha confiança para presidir nosso PTB”.
Depois de ter sido preso, Roberto Jefferson tentou oferecer, através de Graziela, seu partido para que Jair Bolsonaro saísse candidato em 2022. Para isso, disse que iria expulsar os quadros “problemáticos”, entre eles a sua filha, Cristiane Brasil. Jefferson brigou com a filha por conta do controle do PTB.
Depois da recusa de Bolsonaro, que optou por entrar no PL de Valdemar da Costa Neto, Jefferson escreveu uma carta acusando Bolsonaro de ter se aliado com “com viciados em êxtase com dinheiro público”.