Em Pernambuco, a piora do serviço prestado no Aeroporto de Guararapes/Gilberto Freyre, após a privatização já é reconhecida até por adeptos de Bolsonaro (PL) no Estado.
“O Aeroporto dos Guararapes piorou muito depois de privatizado, provocando saudade do tempo em que era administrado pela Infraero”, afirmou o colunista social apoiador de Bolsonaro, João Alberto.
Segundo ele, que administra uma coluna no Blog do Magno, “na semana passada, a coluna esteve três vezes na estação de passageiros e encontrou o ar condicionado desligado, um verdadeiro absurdo”, denunciou.
“Passageiros frequentes me revelam que inicialmente era desligado à noite, agora é o dia quase todo. Claro que por economia. Sem falar entre outras falhas no serviço”, prosseguiu denunciando João Alberto.
O aeroporto dos Guararapes/Gilberto Freyre foi privatizado em março de 2020 no esquema de concessão por 30 anos à empresa espanhola Aena.
Segundo Francisco Lemos, presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), após a privatização, além de situações como essa descrita por João Alberto, a espanhola tem adotado medidas para reduzir custos ou aumentar ganhos, como reduzir os espaços entre as aeronaves (para caber mais na pista), retirar sabão ou fechar banheiros.
Os lojistas também reclamam da administração. Uma empresária lojista que preferiu não se identificar por medo de represálias afirmou: “A expectativa de todos era que, quando a Aena chegasse, tivéssemos uma gestão melhor no aeroporto. Engano nosso. A gente era feliz e não sabia”.
Enquanto usuários, passageiros, lojistas, funcionários sentem saudade de quando o aeroporto era administrado pelo Estado, Paulo Guedes, Ministro da Economia, diz que espera a privatização de todos os aeroportos do país até o final do mandato de Jair Bolsonaro.
“O ministro Tarcísio [de Freitas, da Infraestrutura] diz que quando sairmos todos os aeroportos estarão privatizados, quando acabar nosso governo. Temos muita esperança que isso aconteça”, disse ele, em evento promovido pelo setor aeroportuário no início de dezembro.
Na agenda das privatizações, dois dos principais nomes são o aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e Congonhas, em São Paulo. Eles são os mais movimentados e lucrativos do país e sempre foram altamente cobiçados pela iniciativa privada.