Os professores do Distrito Federal decidiram manter a greve iniciada na última quinta-feira (4) por reposição das perdas salariais, mesmo com decisão judicial favorável ao governo Ibanez, que determinou que a categoria volte ao trabalho. A decisão que pede o fim da paralisação foi enviada ao Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) neste domingo (7).
“O Brasil inteiro conheceu esse perfil antidemocrático de Ibaneis Rocha no último dia 8 de janeiro, quando a cidade foi abandonada nas mãos de vândalos e terroristas e, por isso, o Supremo Tribunal Federal (STF) do país o afastou por 90 dias de seu cargo. Mas agora, diante da greve dos/as professores/as da cidade, sua truculência e verve antidemocrática se revelam ainda maiores”, disse o Sinpro em nota.
De acordo com o sindicato, desde o início da greve, a categoria tenta diálogo com o governo distrital, mas sem sucesso. “O Sinpro tem provas de todas as tentativas feitas para estabelecer diálogo com o governo. Só neste ano, sete pedidos de audiência foram protocolados, sendo o último deles em março, quando o governador retornou do afastamento que a Justiça lhe impôs. Não obtivemos resposta”, disse o Sindicato em nota publicada na sexta-feira (5), quando o governo acionou a Justiça.
Segundo determinação do desembargador Roberto Freitas Filho, a categoria deve pagar multa de R$ 300 mil por dia de descumprimento da decisão, além do corte de ponto dos professores que aderirem à greve.
A categoria reivindica reposição salarial a posição das perdas salariais, cujo último reajuste concedido foi em 2015. Para o Sinpro, o aumento de 18% (dividido em três anos), concedido pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) aos servidores, não é suficiente para repor “sequer a inflação do período”.
“O primeiro problema é que, ao contrário do que o governo alardeia, não se trata de um reajuste de 18%, mas sim, de 6% neste ano, o que sequer cobre as perdas inflacionárias do período e não nos tira da ilegalidade de estar abaixo do piso nacional do magistério. Outros 6% serão aplicados em 2024, e outros 6%, em 2025. Além disso, diante da desigualdade salarial entre as carreiras de ensino superior do GDF, o impacto de 6% sobre um salário de R$ 10 mil é um; sobre um salário de R$ 4 mil, é outro bastante diferente”, argumenta o Sinpro-DF.