Manifestantes voltaram às ruas pelo impeachment do genocida. Adesão do conjunto de setores democráticos fortalece a luta contra o fascismo
Neste dia 2 de outubro, a cidade de São Paulo tornou-se palco de um dos mais importantes atos contra o governo assassino de Jair Bolsonaro. Os manifestantes ocuparam 10 quarteirões da Avenida Paulista, em São Paulo, no protesto pelo impeachment do presidente.
Pela primeira vez, desde que os atos começaram, no primeiro semestre deste ano, as manifestações contaram com a participação do conjunto dos setores da sociedade que se opõem a Bolsonaro, o que representa um grande avanço para o fim de um desgoverno que é responsável pela morte de mais de 600 mil pessoas na pandemia de coronavírus, além do desemprego e da pobreza galopantes no nosso país.
As manifestações contaram com apoio de 21 partidos de diversas vertentes ideológicas, tanto de esquerda, quanto de direita, contra o fascismo de Bolsonaro. Dentre eles: Cidadania, DEM, MDB, PCdoB, PDT, PL, Podemos, Solidariedade, PSD, PSB, PSDB, PSL, PSOL, PT, PV, Rede, UP, PCB, PSTU, PCO e Novo.
O protesto também foi organizado pelo Movimento Direitos Já, Associação Brasileira de Impressa (ABI), Comissão Arns, Campanha Fora Bolsonaro, Esporte pela Democracia, entidades do movimento estudantil, sindical, negro, de mulheres, indígenas e de moradia.
Coordenador do Movimento Direitos Já, Fernando Guimarães, considerou que o espírito da manifestação é de unidade contra aquele que já é considerado o pior dos governos desde a redemocratização do país. “Esse é o espírito, acho que todo mundo aqui está na construção da frente ampla, deixando as diferenças, tem gente aqui de esquerda, direita. O fundamental hoje é lutar para que tenha democracia, para que a gente possa ter as nossas diferenças”, destacou.
O ato contou com a presença de diversos políticos como Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), Guilherme Boulos (PSOL), a vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos; o presidente do PSDB de São Paulo, Fernando Alfredo; parlamentares como o senador Randolfe Rodrigues (Rede) e os deputados Marcelo Freixo e Alessandro Molon, Gleisi Hoffman e Orlando Silva, lideranças partidárias e também dos movimentos estudantil, sindical e social.
Marcelo Ramos (PL-AM), vice-presidente da Câmara dos Deputados, a senadora Simone Tebet (MDB-MT), o deputado Fábio Trad (PSL-RJ), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o ex-senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), enviaram mensagens que foram exibidas aos que estavam na Avenida Paulista.
“Estamos ocupando as ruas, pois não aceitamos o preço do arroz a R$ 30, a carne a R$ 40 ou mais, o gás de cozinha a R$ 105. Estamos ocupando as ruas, pois não aceitamos o ódio, a intolerância e o machismo, que tem sido implementado neste país pela lógica autoritária do bolsonarismo. Também não aceitamos a política de morte, que já tirou do nosso convívio quase 600 mil compatriotas pela pandemia de Covid-19. Também não aceitamos a corrupção sobre as vacinas, sendo 1 dólar sobre cada vacina, descoberto pela CPI, que com muito orgulho, integro e participo”, destacou o senador Randolfe Rodrigues durante o ato.
“A junção das forças políticas é fundamental, toda força que é Fora Bolsonaro é necessária para a manifestação, o momento não é a discussão das eleições de 22, o momento agora é a luta pelo Fora Bolsonaro”, sintetizou Luciana Santos, vice-governadora de Pernambuco, ao comentar o ato.
Os manifestantes também condenaram a política econômica que está levando o país e o seu povo à destruição com os mais altos índices de desemprego da história, pediam o fim da carestia e criticaram o aumento do gás de cozinha, da conta de luz, da gasolina, além de problemas em áreas como meio ambiente e saúde.
O clima do ato foi o de respeito às diferenças tanto no carro de som, quanto na maior parte dos manifestantes, que saudaram a adesão de diferentes setores à bandeira do Fora Bolsonaro.
“É com a frente ampla que a gente vai derrotar o Bolsonaro, só existe uma pessoa, uma pessoa que perde para a frente ampla, e ele se chama Jair Messias Bolsonaro e ele está perdendo, ele vai cair”, ressaltou Lucca Gidra, diretor da UMES, durante o seu discurso.
Apesar disso, elementos vestidos com a camisa da CUT e do PT, e integrantes do Partido da Causa Operária (PCO), atuaram para sabotar a construção do Fora Bolsonaro, resolveram vaiar e tentaram atirar objetos em Ciro Gomes – depois do ato, quando Ciro se retirava, com sua esposa e com o presidente do PDT, Carlos Lupi, tentaram emboscá-lo numa rua próxima, onde estava seu carro (v. Desordeiros com camisas do PT e da CUT agrediram Ciro no ato contra Bolsonaro).
O grupo ainda tentou ensaiar uma vaia quando os discursos defendiam a frente ampla contra Bolsonaro. Os ataques e o sectarismo foram respondidos por Ciro ao encerramento de seu discurso. “Qual é a notícia que nós queremos ver amanhã nos jornais? Que o povo brasileiro uniu-se todo, em diversas agremiações, em defesa da democracia, ou que meia dúzia de bandidos travestidos de esquerda, acham-se donos da verdade? Bolsonaro, a sua hora está chegando, o povo brasileiro é muito maior do que o fascismo de vermelho ou de verde e amarelo”.
Veja abaixo os discursos das lideranças que participaram do ato na Avenida Paulista:
Randolfe Rodrigues – Senador Rede-AP – vice-presidente da CPI da Pandemia
Estamos ocupando as ruas, pois não aceitamos o preço do arroz a R$ 30, a carne a R$ 40 ou mais, o gás de cozinha a R$ 105. Estamos ocupando as ruas, pois não aceitamos o ódio, a intolerância e o machismo, que tem sido implementado neste país pela lógica autoritária do bolsonarismo. Também não aceitamos a política de morte, que já tirou do nosso convívio quase 600 mil compatriotas pela pandemia de Covid-19. Também não aceitamos a corrupção sobre as vacinas, sendo um dólar sobre cada vacina, descoberto pela CPI, que com muito orgulho, integro e participo.
Estamos ocupando as ruas, sobretudo, em defesa de um projeto de país, o país que foi construído a muito custo nos últimos 199 anos, um país que custou a chaga da escravidão sobre os pretos africanos, um país que foi forjado sob o genocídio sobre os povos originários, mas que essa mistura branca, indígena, negra popular, firmou, nos dizeres de Darcy Ribeiro, uma das belas construções desta terra, que é a diversidade do povo brasileiro e essa diversidade que tem sido ofendida, violentada nos tempos atuais.
As lutas de hoje, as concentrações populares no dia de hoje ainda mesmo sobre a pandemia, dizem que nós não aceitamos abrir mão deste projeto de país, um país democrático, plural, um país que deve ser justo para todos os seus filhos, a luta que estamos travando, no dia de hoje, não é uma luta que pertence a um partido, a uma agremiação, a uma associação, é uma luta pelo país que construímos até hoje e que vamos construir no futuro.
Luciana Santos – vice-governadora de Pernambuco e presidenta do PCdoB
Esse ato é um momento muito importante porque são nessas fases de inflexão da história do país que é preciso consolidar essa frente, que vem desde as Diretas Já, na luta pra que a gente pudesse ter o colégio eleitoral. Todos estes momentos de virada só são possíveis quando a gente conseguiu constituir frentes amplas. Então eu acho que hoje tem muito simbolismo de uma luta que a gente sente que podemos virar esse jogo, podemos derrotar Bolsonaro, mas depende desse juízo, depende do convencimento, do entendimento de amplas forças políticas.
Esse é um ato histórico, estamos dentro de um contexto tão complexo e adverso, de crises múltiplas, diante de uma ameaça iminente do governo Bolsonaro. A junção das forças políticas é fundamental, toda força que é Fora Bolsonaro é necessária para a manifestação, o momento não é a discussão das eleições de 22, o momento agora é a luta pelo Fora Bolsonaro. É importante que a frente ampla cresça e se estabeleça ainda mais para derrubarmos Bolsonaro. Vamos em busca do ponto alto dessa luta, pelo Fora Bolsonaro
Ciro Gomes, ex-governador do Ceará – PDT
Fora Bolsonaro! Porque Bolsonaro é responsável por mais de 600 mil mortes de brasileiros, porque Bolsonaro é corrupto e roubou a vacina que faltou para salvar a vida dos brasileiros. Fora Bolsonaro! Porque Bolsonaro enche de vergonha o Brasil no estrangeiro, ele está destruindo a economia nacional.
O impeachment de Bolsonaro é a única forma que a nação brasileira tem de se proteger contra um golpe de estado.
Bolsonaro é uma serpente venenosa, que está se organizando para dar um golpe de estado no Brasil e só há um jeito de nós impedirmos, é o povo na rua, de forma generosa, ampla, unindo todos os democratas desta nação. Eu só venho dizer a vocês, eu não vim dar lição pra ninguém, eu já estou muito acostumado a lidar com o fascismo, e luto pela democracia no Brasil, deixa eu dar um número pra vocês, para fazer o impeachment do Bolsonaro, nós precisamos de 342 deputados e nós só temos 120 deputados.
De maneira que quem for verdadeiramente contra o golpe, quem de fato quiser lutar para a democracia no Brasil, tem que ser generoso, tem que abraçar todos os democratas de todos os partidos, para banir o fascismo, banir os corruptos, banir os genocidas.
Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo
Isso aqui é uma manifestação suprapartidária contra o governo Bolsonaro. Nenhum brasileiro se sente respeitado e representado por Bolsonaro.
Temos que retomar o caminho do desenvolvimento sob a liderança de um operário, tendo claro qual é o nosso compromisso social. Do jeito que está a coisa, o pessoal não conseguindo comer, não conseguindo trabalhar, não conseguindo estudar, a gente vai defender uma democracia com conteúdo social, e o conteúdo é a justiça social. Sem justiça a gente não vai ter paz no país.
Guilherme Boulos, liderança do movimento de moradia – PSOL
Aqui está representada a cara do povo brasileiro. Não o que a gente viu aqui no dia 07 de setembro. Aqui sim está o Brasil real, o Brasil da diversidade. E como é importante vir aqui nesse palanque com uma série de forças políticas, também por diversidade, com gente que a gente tem, inclusive, muitas diferenças.
Agora, eu tenho certeza que as diferenças que nós temos são menores do que a nossa união para tirar o genocida e derrubar Jair Bolsonaro. O Brasil não aguenta esperar até o fim de 2022. O Brasil não aguenta mais 500 dias de genocídio e de fome de Bolsonaro. O Brasil de verdade, o Brasil real, não é aqueles que eles desfilam para falar de fechar o STF e fechar o Congresso, pra falar de voto impresso. O Brasil real não usa camiseta de torturador, o Brasil real não está representado por um escroque igual o Véio da Havan. Essa gente não nos representa. O Brasil real hoje é o que está na fila do osso. É o que não consegue pagar 115, 120 reais no bujão de gás. O Brasil real está sofrendo com o genocídio, com o desemprego e com a fome.
A gente não pode recuar. Depois do dia de hoje, é momento de avançar e não recuar. Até porque eles não vão recuar, não vamos nos iludir com cartinha escrita por Bolsonaro com Michel Temer. E é por isso que não podemos sair das ruas antes de ter o impeachment de Bolsonaro pra que a gente derrube ele e, mais do que isso, que depois do impeachment ele vá pro banco dos réus para responder por seus crimes na cadeia.
Fernando Alfredo, presidente do PSDB da Cidade de São Paulo
Nós estamos na rua é pelo Fora Bolsonaro. Porque vidas estão sendo ceifadas e o nosso direito à democracia está sendo ceifado. Por isso, sempre que o PSDB for chamado às ruas, estaremos a favor da vida, a favor da democracia, por todos aqueles que se sentem incomodados e atingidos por esse governo genocida. Enquanto juntos vamos fazendo um grande coro pelo Fora Bolsonaro, porque é disso que o Brasil precisa. Não é divisão, é união. Não estamos neste ato discutindo eleições de 22, estamos apenas pedindo um governo digno, correto e democrático. E por isso, o PSDB estará nas ruas a favor do Fora Bolsonaro.
Gleisi Hoffmann, deputada federal e presidenta do PT
Esse ato aqui tem um grande significado. Ele é resultado da construção de uma unidade entre diversas forças políticas. Temos muitas divergências, mas temos uma unidade: nós não queremos mais Bolsonaro governando esse país. Isso aqui é muito importante, pois para tirar Bolsonaro agora, com o impeachment, nós precisamos pressionar a Câmara dos Deputados, precisamos pressionar o Lyra, precisamos de todos os deputados e partidos que querem a democracia salvaguardada estamos juntos nessa caminhada.
Vocês viram que Bolsonaro recuou, fez os atos de 07 de setembro, falou que ia acontecer e acabou recuando por medo, medo dos processos que tem no Supremo Tribunal Federal, medo do impeachment na Câmara dos Deputados. Mas não vamos nos enganar, porque esse recuo do Bolsonaro é um recuo tático. A natureza de Bolsonaro é golpista, a natureza de Bolsonaro é fascista e o golpe que ele Brasil é um golpe continuado, um golpe que mina a democracia, mina os valores, mina os direitos do povo. Por isso a importância desses atos por todo o Brasil de forma ampliada.
Nós vamos continuar nas ruas, nós vamos continuar dizendo que não queremos esse governo, um governo da morte, um governo fome.
Bolsonaro trouxe de volta a fome, trouxe de volta a inflação para o Brasil depois de 21 anos nós voltamos a ter inflação de dois dígitos eram males que nós já tínhamos debelado. É uma vergonha um país produtor de comida como o Brasil, um dos maiores produtores de carne, o povo passar fome, o povo ir atrás de osso para poder se alimentar, é uma vergonha ter um governo desse. A fome não é um fenômeno da natureza, como diz o presidente Lula, a fome é um fenômeno da falta de vergonha na cara do governante e nós não podemos aceitar isso. É contra isso que nós temos que lutar.
Nós defendemos a democracia, as nossas instituições, mas defendemos, sobretudo a vida do povo. Nós queremos emprego, queremos renda, comida barata, gasolina e diesel baratos, gás de cozinha barato, é sobre isso nós estamos falando. Por isso não vamos sair das ruas, vamos continuar, porque o Brasil só vai ser devolvido ao povo e ser feliz de novo quando a gente retirar Bolsonaro da cadeira da presidência da República.
Marcelo Freixo – deputado federal PSB-RJ
Nesse planeta, o fascismo foi derrubado só pela esquerda. Então é a hora de entender que a eleição de 22 é a eleição mais importante da nossa história. Não é uma eleição como qualquer outra que a gente viveu. A democracia está ameaçada. A gente precisa derrotar algo que trouxe a fome de volta, negou a vacina, gerou a morte de – nesse momento – 600 mil brasileiros. É um projeto de sociedade miliciano o que ele representa, ele representa o que de pior.
A imagem mais forte do governo Bolsonaro são famílias disputando restos de ossos num caminhão com sobra de açougue. O Brasil não pode passar por isso, o Brasil não pode ter um presidente miliciano. Então a gente tem que entender que a responsabilidade da gente com a eleição de 22 e o caminho até lá é muito grande. Todo mundo que tem compromisso com a democracia e com a vida tem que estar em cima desse palanque pra derrotar o Bolsonaro.
[Derrotaremos Bolsonaro] com maturidade. Quem votou em Bolsonaro pensando que ele representava alguma coisa que ele nunca representou tem que ser acolhido por nós. E quem ainda está com Bolsonaro tem que ser derrotado. Nós não podemos empurrar todo mundo pro Bolsonaro, nós temos que tirar gente do Bolsonaro.
Orlando Silva, deputado federal PCdoB-SP
Hoje é o dia que precisamos dar uma virada. Foram importantes as manifestações contra Bolsonaro, mas vai se criando um ambiente para se ampliar esse movimento. O dia de hoje tem que marca uma outra fase em que todo mundo que defende a democracia, que defende o povo brasileiro, um projeto nacional tem que dar as mãos para romper esse ciclo perpetuo que vivemos e permitir que nós possamos retomar o desenvolvimento nacional.
Antonio Neto, presidente do PDT-SP
Um processo de impeachment é o processo de convencimento da população. Existem muitas ‘fake News’, muita mentira, muita gente ainda não compreendeu o momento. Mas eu tenho dito que não é o mercado financeiro que vai derrubar o Bolsonaro, o que vai derrubar o Bolsonaro é o supermercado porque as pessoas estão vendo no supermercado o que é a política econômica desse governo, a carestia, o posto de gasolina, o câmbio que são coisas que estão mostrando que a política econômica desse governo é uma política anti-povo, anti-pobre. Por isso, a medida que você vai juntando todas essas coisas vai espraiando a consciência da necessidade de tirar Bolsonaro.
Alessandro Molon, deputado federal PSB-RJ
O ato de hoje na Paulista foi tirado como o ato nacional de toda oposição, dos democratas, de todos os partidos que se levantam contra o Bolsonaro em defesa da democracia brasileira.
Hoje é preciso unir todos os que estão em defesa da democracia. Hoje não é dia de sublinhar nossas diferenças, é dia de sublinhar aquilo que nos une. A ampliação de forças no ato fortalece muito a nossa luta e mostra como a nossa luta é capaz de juntar muita gente pra defender a democracia, derrotar Bolsonaro e devolver o Brasil aos brasileiros. Não é hora de colocar as eleições na frente da nossa unidade em defesa da democracia e contra Bolsonaro. Primeiro é derrotar Bolsonaro, depois pensar nas eleições. Também é preciso libertar as cores nacionais e os nossos símbolos, como a bandeira, os demais símbolos republicanos, do sequestro que foi feito pelos bolsonaristas, esses símbolos pertencem ao Brasil e não a eles, precisamos retomar a bandeira e todos os símbolos nacionais.
Elizeu Gabriel, vereador PSB-SP
Estão aqui na Paulista companheiros de todas as situações. Em solidariedade a todos os brasileiros, a todos os trabalhadores que desejam estar aqui para protestar contra a carestia, para protestar contra Bolsonaro. Para protestar contra o autoritarismo que se espalha nesse país. Para colocar abaixo as políticas liberais. Aqui estamos em defesa da democracia brasileira que não é uma democracia qualquer. É uma democracia que não permite, inclusive, que os acionistas da Petrobrás decidam o preço do litro de petróleo. É preciso capacidade e alargar os horizontes, deixar as estreitezas e o sectarismo de lado. Em defesa da democracia é preciso ter em conta a necessidade da unidade política do povo brasileiro. Fora Bolsonaro.
Juliano Medeiros, presidente do PSOL
Na cara do Brasil, uma mulher negra da favela da Maré, que ousou enfrentar os poderosos pra ocupar os espaços de poder, os espaços que sempre foram negados a essas pessoas. A Marielle era a cara do Brasil real, e nós somos a cara do Brasil real, o Brasil real não é aquele ajuntamento de fascistas no 7 de setembro. O Brasil real é isso aqui, o Brasil real é o povo que trabalha, é gente séria, é gente honesta.
Não tem briga mais de 7, de 12, agora é todo mundo junto contra o Bolsonaro, até esse canalha cair. E eu tenho muito orgulho da contribuição que o Psol deu pra unificar todos os partidos e movimentos que tão aqui hoje. Muita gente pergunta: Mas Juliano, será que dá tempo de derrubar o Bolsonaro? Será que nós vamos ter que esperar até 2022? Nada disso, nós estamos demonstrando hoje com a ampliação do nosso movimento, com mais partidos, com mais sindicatos, com mais movimentos que nós não vamos esperar até 2022, a nossa luta é pelo Impeachment Já! E dá pra vencer.
Manuela D’Avila – ex-deputada federal PCdoB
Estar na manifestação pra mim demonstra a necessidade de que o Brasil se una pra salvar a vida do povo brasileiro. Esse ato é sobre isso, é sobre pessoas com histórias e lutas diferentes, com visões diferentes sobre o Brasil, mas com o consenso que há necessidade de interromper o governo Bolsonaro imediatamente.
Pra mim a necessidade de derrotar Bolsonaro é o que deve pautar a construção da unidade, ou seja, todos aqueles que defendem o Impeachment, que defendem o fim desse governo, são nossos aliados para reconstruir, para acabar essa etapa de governo Bolsonaro acabar e assim, que as nossas diferenças possam aparecer no enfrentamento eleitoral.
Essas manifestações têm uma pauta única, e essa pauta é o Fora Bolsonaro, e por isso, esse deve ser o elemento que nos una e nos aglutine. O mais importante no futuro para as eleições, precisa passar pelo enfrentamento, pela derrota e a derrubada de Bolsonaro e do bolsonarismo.
José Luiz Penna – presidente do PV
Uma pujança dos democratas em relação a um tirano, hoje é uma prova de que nós temos condições de derrubá-lo.
Paulinho da Força – presidente do Solidariedade
Em nome das Centrais Sindicais eu quero saudar a todos os partidos políticos e dizer que nossa presença aqui é pela unidade dos trabalhadores, a unidade dos movimentos sociais, unidade dos partidos políticos para derrotar o Bolsonaro. Derrotar a PEC 32, fazer o país voltar a crescer, voltar a ter emprego que é o que nós precisamos. Por isso, quero dizer aqui aos companheiros: conte com o Solidariedade para que a gente possa em 2022 se livrar de Bolsonaro. Um abraço a todos vocês.
MOVIMENTO ESTUDANTIL
Lucca Gidra, diretor da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo
O povo já mostrou que não vai recuar da sua decisão, que é derrotar o Bolsonaro, 70% da população se declarou contra o projeto bolsonarista. É com a frente ampla que a gente vai derrotar o Bolsonaro, só existe uma pessoa, uma pessoa, que perde para a frente ampla: ele se chama Jair Messias Bolsonaro e ele está perdendo, ele vai cair.
Bruna Brelaz, presidenta da União Nacional dos Estudantes
A UNE tem se reunido com lideranças de espectros também muito diferentes. A gente viu uma resistência, mas também temos visto muita aceitação que a UNE faça essa articulação. Eu acho que esse é o papel histórico da UNE. Quando o Brasil chama o desafio sobre a frente ampla, sobre o que tem acontecido no país, com o desemprego, com a insegurança alimentar e também com os retrocessos na educação, a UNE vai pra linha de frente pra organizar atos em defesa da democracia, a construção da frente ampla que temos falado de forma muito objetiva.
Rozana Barroso, presidenta da UBES
Para ele [Bolsonaro] nosso lugar é na rua vendendo jujuba. Para ele, o nosso lugar é burlando o sistema de aplicativo de entrega para trabalhar, ele nos quer fora da escola, ele nos quer fora da universidade.
E esse povo aqui, que representa de fato os patriotas, os verdadeiramente apaixonados pelo nosso país, com sua diversidade, com sua cultura diversa, diz para Bolsonaro que ele não vai continuar batendo continência para bandeira americana no nosso país, não. Porque aqui tem brasileiro de verdade que defende a educação, ciência, tecnologia, desenvolvimento e é isso que o movimento estudantil está dizendo aqui hoje.
Flávia Cale, presidenta da ANPG
Eu falo aqui em nome dos pesquisadores e pesquisadoras do nosso país. Aqueles responsáveis pela vacina, aqueles responsáveis por salvar vidas no nosso país. Por garantir que a gente combatesse o negacionismo que levou a 600 mil mortes e a política de genocídio durante a pandemia, mas que se dá quando não se tem comida no prato da maioria do povo brasileiro. Esse genocídio precisa acabar e esse genocídio que nos uniu no dia de hoje. É preciso construir a frente ampla, é preciso acolher nas ruas todos aqueles e todas aquelas que defendem que o Bolsonaro tem que sair imediatamente da presidência da República. É preciso construir maioria política e social para garantir que o impeachment seja aprovado já – e não amanhã. Porque amanhã vai ter mais gente morrendo de fome, amanhã.
MOVIMENTO SINDICAL E SOCIAL
Gláucia Morelli, presidente da Confederação das Mulheres do Brasil – CMB
Esse ato de hoje tem um significado muito grande. Hoje é a nossa unidade de brasileiros em defesa da pátria e do povo que está imperando.
Nós, as mulheres brasileiras, somos a maioria contra Bolsonaro e vamos inundar as ruas sempre que necessário até tirar esse assassino do poder.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
Desde o primeiro dia que Bolsonaro tomou posse vem prejudicando os trabalhadores, precarizando e retirando direitos, inviabilizando a volta do desenvolvimento e do crescimento. Bolsonaro retira o Estado da assistência social, todo dia acorda e dorme com uma única intenção: cortar direitos e piorar a situação dos trabalhadores.
Entre os quase 600 mil mortos pela pandemia de Covid-19, a maioria esteve entre os mais pobres, os mais necessitados, são eles os que mais sofrem, são os mais atingidos pela carestia, são os que ganham menos, é a população mais sofrida. É aos pobres quem mais falta a assistência social, então temos que dar um basta nisso. Fora Bolsonaro!
Ubiraci Dantas de Oliveira – Bira, vice-presidente da CTB
Tem gente que fala que quer que o Bolsonaro sangre até 2022, mas na realidade quem vai sangrar até 2022 é o povo. Por isso quanto mais rápido a gente derrubar esse canalha, melhor para o Brasil.
Qualquer coisa que divida a frente agora é horrível, é ficar olhando para o umbigo, é não perceber que o inimigo principal agora é o Bolsonaro. É ele quem é mentiroso, é ele quem transformou a Prevent Senior em um verdadeiro campo de concentração para matar gente, é ele quem desempregou o povo, é ele quem é contra a vacina. Então é ele quem temos de detonar. Quem estiver contra isso está trabalhando a favor de Bolsonaro.
Sérgio Nobre, presidente da CUT
É importante a presença de cada militante, companheiros e companheiras que estão aqui na avenida Paulista e no Brasil inteiro, dando uma grande demonstração em todas as capitais e nas principais cidades do país.
E é muito importante também a gente perceber quem está na Paulista pela primeira vez, porque a luta contra o Bolsonaro é de todo mundo, cabe todos que defendem o Brasil, a democracia e os direitos de classe trabalhadora.
Nós temos uma missão muito importante, estamos realizando um grande dia dois, mas já está apontado no nosso calendário uma próxima grande atividade para o dia 15 de novembro. Agora é importante que daqui até lá a gente faça um grande debate com o povo na periferia, para mostrar que a indignação que ele tem com o preço do feijão, com o preço da carne e da gasolina não tem jeito se Bolsonaro não sair. É importante que a gente discuta nos locais de trabalho que se a gente não tirar o Bolsonaro, o desemprego que já atinge um terço do povo brasileiro vai chegar na casa dele, do vizinho e do filho.
Portanto a luta contra Bolsonaro é uma luta em defesa da vida, do emprego e contra a carestia, e nós precisamos fazer esse movimento crescer.
Nesse sentido, gostaria de pedir uma grande salva de palmas aos servidores públicos do Brasil que estão contra as privatizações, estão em luta contra a PEC 32, que desmonta o Estado brasileiro. E também uma salva de palmas aos petroleiros, que na segunda-feira tem ato nacional contra a privatização da Petrobrás. Vamos nos seguir lutando por direitos. Bolsonaro, sua batata está assando.
nenhum segmento político, classista ou ideológico pode substituir a força do Povo e das urnas ,que darão a resposta certa e contundente que vai varrer para o LIXO da história e pra sempre, essa CORJA bolsonarista e o clã genocida, que jogam o País na lama, onde o Povo sobrevive lutando por ossos e pelancas bovinas, o (des)governo ignora as quase 600 mil mortes e o vice(capacho)mourão passeia em Dubai com 39 puxa-sacos, torrando dinheiro público.