No Dia da Independência, estudantes realizaram protestos em repúdio aos ataques de Bolsonaro contra a Educação, a Amazônia, a Democracia e a Independência Nacional.
Os estudantes protestam contra os cortes realizados pelo governo Bolsonaro no orçamento da Educação.
Os estudantes se mobilizam contra o estrangulamento das universidades federais, que tiveram em média 30% da verba de custeio cortada pelo governo. Eles rejeitam também o projeto privatista “Future-se” – que entrega as instituições federais de ensino para empresas privadas travestidas de “Organizações Sociais”.
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As entidades também condenam o corte das mais de 11 mil bolsas da Capes e o bloqueio orçamentário do CNPq, as duas principais instituições de fomento à pesquisa do país que foram inviabilizadas pelo governo.
Os protestos também denunciam o incentivo de Bolsonaro às queimadas e ao desmatamento na Amazônia. Entre janeiro e agosto deste ano, foram registrados ao todo 46.825 focos de incêndio na Amazônia. Esse número é mais do que o dobro observado no mesmo período do ano passado, 22.165.
“A população está cada vez mais insatisfeita com esse governo. Os estudantes têm visto suas universidades numa situação dramática, sem recursos para continuar funcionando. As bolsas estão sendo cortadas. A situação é muito grave”, disse o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão, durante o protesto na Avenida Paulista.
Iago destacou que os “estudantes têm sido o principal setor de confronto com a política de destruição de Bolsonaro e ele tenta agora prejudicar as entidades estudantis”. Ele relembrou que uma série de setores que o apoiaram na campanha tem se afastado. “Precisamos agregar na nossa luta todos os setores que estão preocupados com o futuro do Brasil. Nossas pautas passam por diversas áreas. Precisamos juntar todos os que se opõe ao governo”, afirmou Iago.
“Hoje é dia de luta, é o Dia da Pátria, dia de lutar em defesa da soberania nacional”, conclamou o presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES), Lucas Chen.
Segundo o estudante “a luta dos estudantes hoje passa essencialmente por ir às ruas para defender aquilo o que é nosso”.
Chen destaca que “o povo brasileiro está na luta em defesa da Educação, da Amazônia e da Democracia, são essas as pautas que estão nos mobilizando para derrotar o Bolsonaro”.
“Ele, que bate continência para a bandeira americana, faz um discurso de que defende as nossas cores para confundir os brasileiros. O verde e o amarelo são nossos! E é por isso que a gente volta às ruas com o verde e amarelo em mãos pra dizer que não vamos deixar Bolsonaro destruir o nosso Brasil”, disse o estudante.
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Guilherme Bianco, diretor de Universidades Públicas da UNE, destacou que a necessidade de se reverter os cortes realizados pelo governo. “Precisamos reverter os cortes no orçamento e barrar o projeto Future-se, além de garantir a produção de Ciência e Tecnologia nas nossas universidades. A política de Bolsonaro é a de destruição das universidades públicas e nós vamos lutar contra isso”, disse.
Para Guilherme, a intervenção nas universidades federais realizada pelo governo Bolsonaro, serve para implementar a sua agenda destrutiva. “Nós precisamos também garantir o respeito à autonomia e à democracia nas instituições. O governo Bolsonaro tem indicado uma série de interventores. Já são sete interventores para implementar sua política de destruição das universidades federais”, ressaltou.
No Ceará, centenas de pessoas participam do ato na capital, Fortaleza.
RIO DE JANEIRO
Manifestantes se reuniram próximo à Rua Uruguaiana, no Centro do Rio, para protestar pela preservação da Floresta Amazônica. Estavam presentes sindicatos, movimentos estudantis e organizações sociais.
Veja o vídeo do ato do Rio de Janeiro:
RECIFE
Em Recife, os manifestantes participaram de uma caminhada de quatro horas, que começou às 8h, em direção ao Parque Amorim, na área central. Mais de 10 mil pessoas participaram do protesto na capital pernambucana.
Ranielle Vital, de 24 anos, que acaba de entrar em mestrado na Universidade Federal de Pernambuco. “A gente inicia uma seleção já sem nenhuma perspectiva de bolsa e está muito difícil fazer ciência no Brasil sem incentivo”, criticou.
A manifestação também chamou a atenção para as queimadas no Norte do Brasil. “São várias as situações que estão nos preocupando e a Amazônia é uma delas”, destaca o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido.
A marcha ocupou quatro faixas da Avenida Agamenon Magalhães, uma das principais vias da capital, ao longo de duas quadras. Procurada, a Polícia Militar não estimou a quantidade de manifestantes.
SALVADOR
O Grito dos Excluídos começou a tomar forma por volta das 9h deste sábado, 7 de setembro, em Salvador. Os manifestantes iniciaram uma marcha cerca de duas horas depois com um ato ecumênico. Entre os participantes, representantes de sindicatos, religiosos, estudantes e cientistas. O grupo tem a intenção de seguir até a Praça Castro Alves.
BELO HORIZONTE
Manifestantes também realizaram protesto em Belo Horizonte contra o governo de Jair Bolsonaro. O ato acontece sob o viaduto Santa Tereza, na região central da capital mineira.
No protesto cartazes e placas exigindo investimentos na área da educação. Alunos e professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) usavam camisetas com a frase “conhecimento sem cortes”.
Em João Pessoa, o ato contra os cortes foi realizado no dia 6 de setembro, sexta-feira. Os estudantes tomaram as ruas da capital paraibana em repúdio ao governo Bolsonaro.