Os reajustes salariais ficaram abaixo da inflação em maio, pela primeira vez em mais de 3 anos, conforme dados do Boletim Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
O levantamento da Fipe é feito com base no reajuste mediano negociado em acordos coletivos e convenções coletivas e a inflação medida pelo INPC no acumulado dos últimos 12 meses.
Segundo o estudo da Fipe, a inflação acumulada de maio foi 5,1% e o aumento mediano foi 5,0%. Das negociações, apenas 20,4% resultaram em aumentos reais.
A Fundação aponta ainda que, com a projeção da inflação acumulada, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para junho, de 4,8%, não resta muito espaço para novos aumentos reais.
Em maio, o piso salarial mediano negociado foi a R$ 1.232 (23% acima do salário mínimo, que é de R$ 998). No acumulado de janeiro a maio, o piso foi de R$ 1.147, e nos últimos 12 meses, ficou em R$ 1.200.
De acordo com a Fipe, os reajustes reais perderam o fôlego nos primeiros meses do ano. Em janeiro, o reajuste real mediano foi de 0,6% e passou a cair para 0,4% em fevereiro, para 0,1% em março até zerar em abril e vir negativo em maio.
O levantamento aponta ainda para a queda no número médio de negociações por sindicato a partir de 2017, quando entrou em vigor a reforma trabalhista. Em 2016, foram 8,5, em 2017 caiu para 8,4, e em 2018, foram 7,6 em 2018.