Para o presidente nacional do Cidadania, essa derrota de Bolsonaro, assim como outros vetos derrubados na sessão, revelam que o governo está sem sustentação política
O ex-deputado constituinte Roberto Freire, presidente nacional do Cidadania, sucessor do PPS, comemorou na noite desta segunda-feira (27) a derrubada do veto de Bolsonaro ao projeto de federações partidárias. Foram 45 votos contra o veto e 25 favoráveis no Senado. Já na Câmara 353 parlamentares votaram pela derrubada do veto e 110 contra.
“O Congresso mantém a possibilidade de Federação de partidos e derrota Bolsonaro”, disse o dirigente do Cidadania, após a decisão tomada pela maioria do Senado e da Câmara mantendo o projeto que possibilita que partidos políticos possam se unir em federações para atuação política conjunta.
As federações partidárias, diferentemente das coligações, que foram abolidas nas eleições proporcionais, são uniões de partidos constituídas para perdurarem por um tempo mais longo, ou seja, durante toda a legislatura. Segundo Roberto Freire, “a adoção ou instituição das federações partidárias, por meio de lei federal, poderá, transformar a federação num partido político”.
Na opinião dele, isso é positivo. Isso é diferente de coligação. “Coligação se faz com qualquer aliado”, comentou, na última sexta-feira (24), em entrevista ao HP. A federação, que une dois ou mais partidos, “vive [funciona] durante toda a legislatura”, asseverou. Uma legislatura é o período de funcionamento do mandato parlamentar, no caso, após a eleição, que dura 4 anos.
A decisão do Congresso manteve as federações e derrubou outros vetos, como o veto ao projeto que proibia os despejos de famílias inadimplentes durante a pandemia. “Creio que nunca houve Executivo que tivesse tanto veto derrubado na história da nossa República. Bolsonaro é recordista. Sinal de falta de sustentação política e na origem um presidente desastrado nos seus vetos”, acrescentou Roberto Freire.