
A trégua entrará em vigor em 8 de maio e irá até 11 de maio.
O presidente russo, Vladimir Putin, declarou nesta segunda-feira (28) um cessar-fogo durante as comemorações do 80º aniversário do Dia da Vitória sobre o nazismo na II Guerra Mundial.
“O lado russo declara um cessar-fogo nos dias do 80º aniversário do Dia da Vitória: das 00:00 horas de 7-8 de maio até as 00:00 horas de 10-11 de maio. Todos os combates cessarão durante esse período”, diz a declaração do Kremlin, deixando claro que, “em caso de violações do cessar-fogo pelo lado ucraniano, “as Forças Armadas da Federação Russa darão uma resposta adequada e eficaz”.
A Rússia reiterou ainda sua disposição de realizar negociações de paz “sem condições prévias” para “eliminar as causas fundamentais da crise ucraniana e [manter] uma cooperação construtiva com os parceiros internacionais”.
No dia 9 de maio, a Rússia celebra a vitória na Grande Guerra Patriótica contra o nazismo e pelo fim da II Guerra Mundial com a tomada de Berlim pelo Exército Vermelho, em que a então União Soviética arcou com o enfrentamento central às tropas hitleristas que ali concentraram dois terços de suas forças, ao preço das vidas de 27 milhões de soviéticos e de sacrifícios inauditos, como nos cercos a Leningrado e Stalingrado. Na semana passada, celebrou-se o histórico encontro, no Rio Elba, das tropas russas e norte-americanas a caminho de Berlim.
PUTIN AGRADECE AOS IRMÃOS DE ARMAS COREANOS
O presidente Putin agradeceu às tropas norte-coreanas que lutaram em apoio à libertação da província de Kursk. “Honraremos para sempre os heróis que deram suas vidas pela Rússia, por nossa liberdade comum, ao lado dos irmãos de armas russos”.
Em discurso, ele elogiou o “heroísmo, o alto nível de preparo e a abnegação” dos soldados norte-coreanos, ressaltando que eles, “lado a lado com os combatentes russos, defenderam nossa pátria como se fosse sua”.
Segundo Putin, a ação militar, realizada no sábado (26), seguiu “em total conformidade com o direito internacional” e com o Tratado de Parceria Estratégica Abrangente entre Coreia do Norte e Rússia.
Ele afirmou ainda que os militares agiram “com base na solidariedade, na justiça e na verdadeira camaradagem”, valores que a Rússia “aprecia e valoriza profundamente”.
Já o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, definiu a participação de seus soldados como uma “missão sagrada”, segundo a imprensa local. Ele afirmou que “todos os que lutaram pela justiça são heróis e representantes da honra da pátria”.
Em nota, a Comissão Militar Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia avaliou que, com a “libertação” de Kursk, “falhou a tentativa política e militar aventureira das forças ocidentais e das autoridades ucranianas” de frustrar a operação russa.
A agência norte-coreana concluiu que a “amizade invicta, testada em batalha, contribuirá ao desenvolvimento das relações de cooperação em todas as esferas”.
No sábado, a Rússia havia anunciado a completa libertação da província de Kursk das tropas neonazis ucranianas, com a retomada do último assentamento, Gornal, a 1 km da linha de fronteira. Na perseguição às tropas de Zelensky em fuga, os russos tomaram quatro assentamentos e 90 km2 na província ucraniana de Summy.
A provocação do regime de Kiev em Kursk, respaldada pelo então governo Biden e por vassalos europeus e a Otan, se tornou um enorme fiasco, com os neonazis sofrendo 76 mil baixas, entre mortos e feridos, além de 7.700 equipamentos militares fornecidos pelo Ocidente.
TERRORISTA UCRANIANO É PRESO
No sábado, as autoridades russas anunciaram a prisão de Ignat Kuzin pelo atentado que matou no dia 25 o vice-chefe da Diretoria de Operações Principais do Estado-Maior das Forças Armadas russas, general Yaroslav Moskalik. Ele foi incurso nos artigos 205, 222.1, 223.1 do Código Penal da Federação Russa (ato terrorista, tráfico ilegal e fabricação de explosivos e dispositivos explosivos).
De acordo com seu testemunho, ele chegou em setembro de 2023 à Rússia, enquanto aguardava instruções específicas de seu supervisor no Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU).
Em novembro de 2024, ele se mudou para um apartamento que alugou no mesmo edifício que o alvo, o general Moskalik, na cidade de Balashikha, província de Moscou. Passou a monitorar seus movimentos e rotina diária. Ele comprou um carro Volkswagen Golf e o estacionou na entrada da garagem um mês antes do ataque terrorista planejado.
Em março, Kuzin recebeu os componentes de um dispositivo explosivo pronto para uso, bem como sistemas de vigilância por vídeo e controle que ele instalou no carro. A explosão ocorreu remotamente em 25 de abril de 2025, quando Moskalik estava saindo pela porta da frente.
O sinal para detonar o dispositivo explosivo foi enviado por um funcionário não identificado dos serviços especiais ucranianos, de acordo com a imagem de vídeo que ele estava recebendo. Segundo o Comitê Investigativo russo, “Kuzin admitiu totalmente sua culpa e expressou sua disposição de confirmar tudo o que disse durante o interrogatório”.