Estão instalando artilharia em zonas residenciais, na tentativa de provocar fogo de resposta e vítimas civis
O presidente russo Vladimir Putin acusou os fascistas ucranianos de “instalar armamentos pesados, inclusive lançadores de foguetes, diretamente nos distritos centrais das grandes cidades, incluindo Kiev e Kharkov”, planejando “provocar o fogo de resposta dos sistemas de combate russos contra áreas civis”.
“Agem como terroristas em todo o mundo, usam a população civil como escudo para depois acusar a Rússia das vítimas fatais entre a população”, advertiu Putin
A denúncia foi feita durante reunião do Conselho de Segurança Nacional russa na sexta-feira (25) de avaliação dos desdobramentos da operação de desnazificação e desmilitarização da Ucrânia em curso, desencadeada na véspera.
De acordo com o presidente russo, os neonazistas ucranianos são orientados pelos Estados Unidos.
“É sabido que tudo isso acontece com a recomendação dos consultores estrangeiros, em primeiro lugar, conselheiros norte-americanos”, afirmou Putin.
Também na ONU o embaixador russo Vasily Nebenzya denunciou a utilização de civis ucranianos “como escudos humanos” pelos neonazistas.
“Em particular , condenamos categoricamente a colocação de posições de artilharia e lança-foguetes múltiplos em zonas residenciais por parte dos chauvinistas”, sublinhou. “Trata-se de uma violação direta das normas do direito internacional humanitário, incluídos os artigos 51 e 58 do primeiro Protocolo Adicional às Convenções de Genebra”.
PRINCIPAIS COMBATES
O presidente Putin assinalou que, como esperado, “os principais combates do Exército russo ocorrem não com as Forças Armadas da Ucrânia, mas com unidades supremacistas, que, como se sabe, são responsáveis pelo genocídio em Donbass e pelo sangue da população civil das repúblicas populares”.
Ele acrescentou que os fascistas incorporados nas unidades regulares ucranianas estão, de fato, assumindo o papel de tropa de choque.
Na quinta-feira, após ataques russos de precisão a instalações militares ucranianas, o presidente Volodomyr Zelensky chamou uma “mobilização geral” contra os russos e o governo removeu a restrição de idade para se juntar ao exército e teve início distribuição de armas nas ruas de Kiev.
Vídeos postados nas redes sociais mostram neonazistas ucranianos com braçadeiras. Num deles, um indivíduo repete o slogan neonazista anti-Rússia, “Slava Ukraina” [Glória à Ucrânia].
Depois do golpe de 2014, marchas de tochas de fascistas tornaram-se comuns no país, que adotou como patrono da “nova Ucrânia” um colaboracionista da ocupação hitlerista na II Guerra, envolvido com os massacres de judeus, poloneses, comunistas e soviéticos em geral.
Após o golpe, o Partido Comunista foi proibido e começou a perseguição à minoria de ascendência russa.
Putin voltou a dirigir um apelo aos militares das Forças Armadas da Ucrânia pedindo-lhe que “não permitam que neonazistas e banderites [adeptos do colaboracista do hitlerismo Stepan Bandera] usem suas crianças, suas mulheres e idosos como escudos humanos”.
DESNAZIFICAÇÃO
As ações das forças russas foram determinadas pelo presidente Putin, após reconhecimento das repúblicas populares do Donbass, Donetsk e Lugansk, e atendendo pedido de ajuda solicitado por elas, sob o recrudescimento dos ataques ucranianos na semana passada.
O reconhecimento das repúblicas foi feito por Moscou depois de oito anos tentando fazer com que o regime de Kiev cumprisse com os Acordos de Minsk de pacificação e autonomia, referendados por resolução do Conselho de Segurança da ONU.
Ao deliberar pela operação especial, Putin enfatizou que toda a responsabilidade pelo derramamento de sangue cabe ao regime ucraniano, que rasgou os acordos de Minsk e estava empenhado em violar o atual estatuto de país neutro para ingressar na OTAN e ainda ameaçou de se dotar de armas nucleares.