Só 9% não pretendem se vacinar
Apesar da campanha de Bolsonaro e suas milícias contra as vacinas, cresceu nos últimos dois meses o percentual de pessoas que querem se vacinar contra a Covid-19, de acordo com pesquisa Datafolha.
Em janeiro deste ano, 79% dos entrevistados pelo instituto afirmavam que iriam se vacinar. Agora em março são 84% e somente 9% não pretendem se vacinar. Em dezembro de 2020, eram 73% os que afirmavam que iriam se vacinar.
Segundo o Datafolha, 5% dos entrevistados já foram vacinados, o que, somados aos 84% que ainda pretendem se imunizar, totalizam 89% pró-vacina.
A pesquisa Datafolha tem margem de erro de dois pontos percentuais e foi feita por telefone com 2.023 pessoas de todos os Estados do país nos dias 15 e 16 de março.
As mulheres são as mais favoráveis à idéia de se vacinar, de acordo com o Datafolha. Enquanto 86% delas dizem que vão se imunizar e 7% afirmam que não, esses percentuais são de 82% e 11%, respectivamente, entre os homens.
A intenção de se vacinar também cresce de acordo com os níveis de renda e escolaridade. Entre os que ganham até dois salários mínimos, o índice é de 84%. Para os que ganham mais de 10 salários mínimos, o percentual passa para 88%. No grupo dos que têm até apenas o nível fundamental de escolaridade, 81%. E para com nível superior, 86%.
Entre os que avaliam o governo Bolsonaro como bom ou ótimo, 76% dizem que querem ser imunizados. Esse percentual sobe para 84% no grupo que o avalia como regular e chega a 89% entre os que veem seu governo como ruim ou péssimo.
De acordo com o Datafolha, 79% dos brasileiros acham que a pandemia está sem controle, ante 62% que manifestavam essa opinião em janeiro.
Bolsonaro sabotou enquanto pôde a vacina no país e só tomou providências para comprá-las quando sentiu a reprovação da população. Em vez da vacina, investiu em remédios, como a cloroquina, que comprovadamente não funcionam contra a Covid-19.
Em sua campanha contra as vacinas, Bolsonaro disse que quem as tomasse corria o risco de “virar jacaré”.
“Lá no contrato da Pfizer, está bem claro nós (a Pfizer) não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral. Se você virar um jacaré, é problema seu”, disse Bolsonaro.
“Se você virar Super-Homem, se nascer barba em alguma mulher aí, ou algum homem começar a falar fino, eles (Pfizer) não têm nada a ver isso. E, o que é pior, mexer no sistema imunológico das pessoas”, continuou Bolsonaro num evento realizado em dezembro na Bahia.
Ele disse que não ia tomar vacina.
“Eu não vou tomar [vacina]”, disse também em dezembro. “Alguns falam que estou dando péssimo exemplo. O imbecil, o idiota, que está dizendo. Eu já tive o vírus, já tenho anticorpos. Para quê tomar a vacina de novo?”, continuou em sua campanha antivacina.
Na sabotagem contra as vacinas, ele disse que não iria comprar a vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o Sinovac, laboratório chinês. Ele se referiu pejorativamente à CoronaVac como “vachina”.
E desautorizou seu ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que se comprometeu a comprar 46 milhões de doses da CoronaVac, em outubro do ano passado.
Hoje a CoronaVac responde por 73,9% das doses já aplicadas (mais de 5,8 milhões de pessoas). A Covishield (AstraZeneca/Oxford/Fiocruz) por 26,1% das doses (mais de 2 milhões de pessoas).
Não fosse a CoronaVac, praticamente não existiria vacinação no Brasil.
A vacinação está muito lenta no Brasil pela ação nefasta de Bolsonaro. Apenas 5,54% da população (11.722.280 de 211,8 milhões de habitantes) receberam a primeira dose de vacinas no país até agora. Só 1,96% (4.140.833) recebeu a segunda dose. Os dados são das secretarias estaduais de Saúde.
O Brasil é o 17º país do mundo em vacinação da população. Devido à sabotagem de Bolsonaro às vacinas, foi o 57º país do mundo a iniciar a imunização de sua população.