Na terça-feira (8) o Brasil apresentou a nova meta climática ao Acordo de Paris, que aumentará as emissões de gases do efeito estufa em relação à meta original, definida em 2015, quando o Acordo de Paris reuniu países que se comprometeram com o esforço de limitar o aquecimento global.
Segundo o Observatório do Clima, entidade que reúne organizações da sociedade civil, a nova meta apresentada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, permitirá que o Brasil chegue a 2030 emitindo 400 milhões de toneladas a mais de gases do efeito estufa do que a previsão original.
O ministério manteve na meta o mesmo percentual de redução de 43% das emissões até 2030, definido em 2015, mas, segundo o secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini, o ministério não considerou que a base de cálculo utilizada mudou.
“A meta de redução de 2015 era baseada no Segundo Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa. Já a meta atual tem como base o Terceiro Inventário, que atualizou o valor absoluto dos gases emitidos em 2005 de 2,1 bilhões de toneladas para 2,8 bilhões de toneladas de gases emitidos”, afirma Marcio.
Com a revisão significa que se em 2015 a meta de redução dos 43% implicava na emissão de 1,2 bilhões de toneladas de gases até 2030, a nova meta apresentada pelo Ministério do Meio Ambiente permitirá, usando-se a mesma taxa de redução, que a emissão passe a 1,6 bilhões de toneladas no mesmo período, conforme explica Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas e especialista do Observatório do Clima.
“Sem o reajuste na base de cálculo, a nova meta da proposta climática está cerca de 400 milhões de toneladas de carbono maior do que era em 2015”, afirma Marcio Astrini.