O secretário especial de Cultura do governo Bolsonaro, o ator Mário Frias, fez uma ofensa racista contra o historiador e youtuber Jones Manoel dizendo que ele “precisa de um bom banho”. O caso aconteceu pelo Twitter.
O assessor de Jair Bolsonaro Tercio Arnaud Tomaz compartilhou na rede social uma notícia sobre Jones Manoel e disse: “A pergunta que não quer calar: quem caralhas é Jones Manoel?”.
A matéria trazia uma foto de Jones Manoel, que é negro.
Mário Frias respondeu à publicação dizendo “realmente eu não sei. Mas se eu soubesse eu diria que ele precisa de um bom banho”.
Jones Manoel é historiador e filiado ao PCB. No youtube, seus vídeos trazem discussões sobre marxismo e política.
Para Jones, “não é de estranhar que um governo inimigo do povo trabalhador e da soberania nacional seja crivado de racistas. O povo trabalhador do país é negro. Aqueles que odeiam o povo vão ser racistas”.
Diversas personalidades, entre artistas, cientistas e políticos, prestaram solidariedade a Jones Manoel.
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) disse que Mário Frias “é um criminoso racista, merece processo e cadeia”.
O senador Humberto Costa (PT-PE) disse que “de quem lambe as botas de um presidente racista, como Mário Frias faz todo dia, não se espera outra coisa que não racismo. Conteúdo intestinal é algo que une os integrantes desse governo. Espero que o Ministério Público aja e a Justiça o puna com rigor. Minha solidariedade a Jones Manoel”.
O ator Gregório Duvivier prestou “toda a solidariedade ao camarada Jones Manoel, vítima de um ataque racista desse mutante medíocre que ocupa a pasta da Cultura. Ódio, ódio e nojo por esse racista filho da puta. Vai cair junto com o chefe”.
A ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) disse que não ficou surpresa com o “racismo criminoso de Mário Frias. Esse governo é racista e criminoso. Que seja punido já que nas leis brasileiras racismo é crime. Minha solidariedade ao Jones Manoel”.
Mário Frias assumiu a Secretaria Especial de Cultura depois da saída de Roberto Alvim.
Alvim foi demitido depois de publicar em suas redes sociais um vídeo em que imita o nazista Joseph Goebbels, que foi auxiliar de Adolf Hitler.
O ex-secretário de Cultura do governo Bolsonaro colocou como trilha sonora uma música de Wagner, que foi citada por Hitler em seu livro, e alinhou o retrato de Bolsonaro da mesma forma que Goebbels havia feito com o de Hitler para uma foto. Alvim até imitou a forma como Goebbels posicionou seu braço para a fotografia.
Mário Frias excluiu o comentário racista de suas redes sociais, mas diz que não era racista.
Frias disse que “toda pessoa suja precisa tomar banho e não existe pessoa mais suja do que aquela que deseja e celebra a morte de um Chefe de Estado democraticamente eleito enquanto louva um genocida como Stalin”.
“Não venham tentar ofuscar a gravidade dos ataques ao PR chamando de racista quem sempre repudiou o racismo”.