Um mês após o descarrilamento de um trem contendo produtos químicos tóxicos, bem como seu derramamento nas proximidades da pequena cidade de East Palestine em Ohio, no centro-oeste dos Estados Unidos, uma comunidade vizinha vivenciou nova catástrofe neste sábado (4), quando mais um trem de carga da empresa Norfolk Southern sofreu um desastre no condado de Clark, informou a mídia local.
Desta vez foi na cidade de Springfield, cerca de 74 quilômetros a oeste de Columbus, capital do Estado de Ohio, e segundo as autoridades, 20 vagões descarrilaram, quatro deles caminhões-tanque contendo materiais supostamente não perigosos, como fluido de escapamento de diesel e poliacrilamida residual.
Os descarrilamentos poderiam ter sido evitados, revelando a falta de regulamentação e controle quando as empresas fazem cortes em manutenção preventiva, em detrimento dos possíveis danos causados ao planeta e à saúde humana diante de uma catástrofe ambiental, de acordo com a presidente do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB), Jennifer Homendy.
Um relatório do Corpo de Bombeiros de Springfield afirmou que uma equipe especializada de materiais perigosos foi enviada ao local, embora nenhum ferimento ou risco à saúde pública tenha sido identificado até o momento, a preocupação da população que mora nas redondezas só cresce com a sucessão de desastres.
A Agência de Emergência do Condado de Clark estabeleceu um centro de operações no local com a colaboração ativa do Corpo de Bombeiros de Springfield, o Gabinete do Xerife do Condado, a Patrulha Rodoviária Estadual, o Departamento de Segurança Pública e outros.
Na tentativa de diminuir a tensão, a Agência de Proteção Ambiental de Ohio destacou que o descarrilamento não ocorreu próximo a uma fonte de água protegida, portanto, não foram identificados riscos para os sistemas de abastecimento públicos e privados, uma vez que nenhum tipo de derramamento nos aquíferos foi verificado ainda.
Peritos ferroviários também ressaltaram que os acidentes ocorridos neste mês foram resultado de medidas de segurança menos rigorosas e mão de obra reduzida, parte de uma política para aumentar os lucros das empresas ferroviárias, fruto da privatização do setor.
Jennifer Homendy informou que em 2022 houve 868 descarrilamentos nos EUA de vagões da mesma classe do trem da Norfolk Southern, um número que ela denunciou como muito alto e resultado das empresas e do governo não implementarem as recomendações de segurança da NTSB.
